Não é raro vermosanimais sendo utilizados em operações da Polícia Militar, Civil ou do . Apesar do uso contínuo para o de pessoas ou localização de entorpecentes, esses animais também atuam auxiliando na educação de crianças e na reabilitação de pacientes em Mato Grosso do Sul.

Hoje, o Corpo de Bombeiros possui 37 animais, entre cães formados, em treinamento e voluntários, que atuam em Campo Grande, Coxim e outras cidades. E você não leu a palavra ‘formados' errada, sim esses animais passam por um longo curso, realizam uma prova e precisam se formar.

Conforme explica o Major Pereira de Lima, do Corpo de Bombeiros, esses animais passam por um ano e meio de treinamento antes de se tornarem aptos a atuar como cães militares. “O cão de resgate, nós pegamos o filhote com poucos meses de idade e ele inicia o treinamento desde já, desde a parte de socialização e ambientalização de situações que ele vai enfrentar durante a vida”,

Lima explica que o cachorro não fica em um canil ou espaço adaptado, eles moram com seu dono, cada militar possui um animal, os dois vão juntos para a casa e também para o trabalho. “O objetivo é aumentar o vínculo entre os dois”, comentou.

Esses animais que recebem o treinamento atuam no resgate de desaparecidos. “Eles são treinados para latir quando detectam um odor específico, ou seja, para encontrar pessoas perdidas na mata, em rios, ou até mesmo corpos em escombros, quando utilizados, os animais tornam o trabalho mais rápido”, disse o Major.

Demonstrando o carinho que sente pelo seu cachorro, Lima relembra as diversas missões que já realizaram juntos e a mais marcante, para ele, foi atuar em Brumadinho, 10 meses após o rompimento da barragem. “Mesmo 10 meses depois da tragédia, ainda conseguimos encontrar dois corpos soterrados”.

(Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)

Mato Grosso do Sul possui sete cães com certificado, que os tornam aptos para este tipo de trabalho, os outros 30 animais que atuam em conjunto com o Corpo de Bombeiros, se tratam de cães voluntários e realizam trabalhos em escolas e hospitais.

O Major Lima explica que esses animais não são da corporação, e qualquer pessoa pode levar seu animal para se tornar um voluntário, mas antes são feitos alguns testes, não rígidos como daqueles que passam por um longo treinamento.

“Agente precisa ver se o animal é dócil, o comportamento dele com outras pessoas, crianças, em ambientes com várias pessoas, se ele gosta de ser tocado, de receber carinho de estranhos, são algumas características que analisamos”, comentou o Major.

Esses animais realizam terapias assistidas com outros profissionais de saúde e de educação, como professores, fisioterapeutas, psicólogos e outros. Mas o cachorro não dá aula – como alguns provavelmente imaginaram – na verdade esses animais dão suporte aos profissionais tanto para interagir com alunos ou pacientes, como para estimular o interesse na ação solicitada pelo profissional.

“Ali os nossos cães auxiliam as crianças. É possível fazer uma atividade de grupo onde a criança faz zig-zag em cones junto com o animal, ou então outra atividade onde as crianças colocam silabas no colete do cachorro, assim esses alunos vão associar melhor a atividade com a participação do cão”, disse.

Cão brincando com crianças na instituição Cotolengo. (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)

 

Esses animais, por serem dóceis, também estão presentes nos hospitais e clinicas, um caso concreto ocorre em um em Coxim, onde os cães visitam pacientes que realizam diálise, com o objetivo de distrair, alegrar e incentivar os pacientes a continuar com o tratamento.

“Em vários momentos as pessoas vivam uma alegria compartilhada com o cão, tem o exemplo de uma mulher que fazia o tratamento e toda vez que chagávamos era possível notar o sorriso dela ao ver o cachorro, ela retornava nas sessões seguintes já para encontrar o animal novamente”, comentou o Major.

Esses trabalhos tiveram inicio em 2002, em Corumbá, “agora já estamos em 2021”,comentou o Major, com orgulho das histórias vividas ao lados dos cachorros.

Cães mais dóceis

O trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros necessita de cães dóceis, que interagem com estranhos de forma amigável. Ensinamentos que muitos donos acabam esquecendo ou não sabem como repassar aos seus animais.

Nos dias 25,26 e 27 de junho será realizado o Seminário de Comportamento Canino e Soluções de Problemas Comportamentais, com foco na reação dos animais, ou seja, a queles cachorros mais agressivos.

O curso será ministrado pelo adestrador Ivan Chitolina, que atua na área há 16 anos, a inscrição pode ser feita por militares, adestradores e pessoas que possuem pets em casa.

Os interessados podem entrarem contato através do número (67) 99304-6011, as inquirições ficam abertas até o preenchimento das vagas.