Teve a prisão preventiva decretada

A defesa de Joseilton Cardoso, de 33 anos, tenta na Justiça o uso da tornozeleira para liberar do presídio o agente penitenciário federal que matou na madrugada de domingo (24) Adílson Ferreira dos Santos, de 23 anos, no estacionamento do Shopping Bosque do Ipês, em .

O advogado do agente Bento Duailibi disse ao Jornal Midiamax que Joseilton teme pela sua vida, já que pela profissão corre risco por causa das ameaças de morte a agentes penitenciários no país.

“Vamos tentar um Habeas Corpus para liberá-lo do presídio. O uso da tornozeleira” explicou Duailibi. O advogado se limitou a estas informações já que não poderia passar mais detalhes do caso.

Ontem (segunda), o agente penitenciário federal passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada, sendo levado para o Centro de Triagem. Ele passou o fim de semana preso em uma cela do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a assaltos e Sequetros(.

O crime aconteceu após um show no estacionamento do Shopping Bosque do Ipês, na madrugada de domingo (24) quando o agente se envolveu em uma briga por causa da fila do banheiro.

Ele disse que estava na fila do banheiro após o fim do show quando houve um desentendimento com Adilson. Os dois teriam entrado em luta momento em que o agente efetuou um disparo que atingiu o tórax da vítima. Foi feita tentativa de reanimação, mas Adilson acabou morrendo no local.

Ainda de acordo com informações, o agente teria ido ao show para comemorar seu aniversário, “Ele chorou muito durante o depoimento e está chocado”, disse o delegado. Salomão ainda afirmou que o agente penitenciário não estaria embriagado e que o disparo segundo o depoimento do autor teria sido um ‘ato de memória muscular', explicou o delegado plantonista que atendeu a ocorrência no dia.Para tirar do presídio agente que matou pedreiro em show, defesa quer tornozeleira

Nota sindicato

Em nota divulgada pelo Sinapf/MS (Sindicato dos Agentes de Execução Penais Federais em Mato Grosso do Sul), o agente teria dito que foi jogado ao chão e agredido com socos, chutes e pontapés por um grupo.

A briga teria começado depois que algumas pessoas teriam tentado furar a fila do banheiro e o agente, Joseilton, teria reclamado com o grupo e na volta para seu camarote foi agredido com um soco nas costas, vindo a cair pelas escadarias.

Neste momento foi agredido pelo grupo e na tentativa de se defender acabou efetuando o disparo, sendo que o tiro atingiu o tórax de Adilson, que morreu no local. Segundo informações da nota, o agente teria dito que foi quase ‘linchado' pelo grupo.

Ainda de acordo com a nota, Joseilton possui porte de arma de fogo em todo território nacional, e que todos os agentes possuem capacitação física, psicológica e treinamento rígido para a utilização de armas de fogo.

O agente estaria em estágio probatório- que é de 3 anos. Ele foi nomeado no dia 24 de janeiro deste ano, após passar em um concurso realizado em 2015, e tem remuneração de R$ 6.400.

Família

A mãe do jovem, Marlene Souza Silva, de 44 anos, disse que esta era a primeira vez que o filho saia para um show, “Parece que eu estava pressentindo o que ia acontecer”, fala Marlene. De família evangélica, Adilson era um rapaz tranquilo e estava a menos de um ano morando em Campo Grande após vir embora de Santa Catarina, diz a mãe que chorava a morte do único filho.

Familiares afirmaram que o corpo foi retirado do local do crime, por volta das 5 horas, depois que o palco foi desmontado. A vítima trabalhava em obras e é pai de uma recém-nascida que não conheceu. A criança mora em Santa Catarina e Santos estava com viagem marcada para conhecer a filha. Um dos primos de Adílson disse que ele encontrou o agente em um banheiro feminino com a porta entreaberta e pensando estar passando mal tentou ajudar, quando foi empurrado pelo autor que em seguida efetuou o disparo, que atingiu o tórax da vítima.