O objetivo principal é evitar a destruição de provas importantes do caso

A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (14) mandados de busca e apreensão relacionados a políticos investigados na Operação Lava-Jato determinados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Um deles em endereços do ex-presidente da República e senador Fernando Collor (PTB-AL). Os policiais ainda fizeram buscas em endereços de mais três parlamentares: os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra (PSB-PE) e o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).

As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas ligadas aos suspeitos, em escritórios de advocacia e órgãos públicos, informaram comunicados da PF e da Procuradoria Geral da República divulgados hoje pela manhã.

O objetivo principal é evitar a destruição de provas importantes do caso. Segundo a apuração do Ministério Público e da PF, um cartel de empreiteiras combinava licitações na Petrobras, superfaturava obras na estatal e repassava o excedente sob a forma de propinas a políticos e funcionários da petroleira. Só no STF, mais de 40 políticos respondem a inquérito por corrupção e lavagem de dinheiro. O procurador geral da República, Rodrigo Janot, diz que as medidas são “necessárias” para esclarecer os fatos.

A Operação Politeia cumpre hoje 53 mandados de busca e apreensão expedidos de seis processos abertos a partir da Lava-Jato. A ação da PF acontece em conjunto com a PGR e procuradores de outros órgãos do Ministério Público. Os mandados foram ordenados pelo ministro-relator da Lava-Jato no STF e os dois encarregados de dar decisões urgentes no recesso Judiciário: Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

A assessoria de Collor disse que não foi informada oficialmente das ações e, por enquanto, não comenta o caso.

Os mandados são cumpridos em sete unidades da federação: Distrito Federal (12), Bahia (11), Pernambuco (8), Alagoas (7), Santa Catarina (5), Rio de Janeiro (5) e São Paulo (5). Cerca de 250 policiais federais participam da ação.

Segundo a PF, após pedido de delegados e procuradores, os ministros do STF autorizaram a apreensão de bens supostamente obtidos por meio dos crimes. Além de corrupção e lavagem, há suspeita de evasão de divisas, fraude a licitação e organização criminosa.

Medidas  necessárias
Segundo a PGR, a essa é a “primeira fase” de ações da Lava-Jato no STF – na primeira instância, em Curitiba, já houve 15 fases. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que as medidas eram “necessárias”. “As medidas são necessárias ao esclarecimento dos fatos investigados no âmbito do STF, sendo que algumas se destinaram a garantir a apreensão de bens adquiridos com possível prática criminosa e outras a resguardar provas relevantes que poderiam ser destruídas caso não fossem apreendidas”, explicou ele, em comunicado da PGR. Para a Procuradoria, as ações de buscas e apreensão demonstram uma “atuação firme e responsável” para esclarecer os fatos.