Psiquiatra diz que ele sabia o que estava fazendo quando matou 16 pessoas 

Perverso, insensível e totalmente capaz capaz de entender o caráter ilícito do que fez. É assim que laudo psiquiátrico define Luiz Alves Martins Filho, o Nando. No documento emitido no dia 19 de fevereiro e anexado nesta quinta-feira (15) aos processos que Nando responde na Justiça, o médico psiquiatra Rodrigo Abdo afirma que o suspeito é psicopata e recomenda que mantê-lo afastado da sociedade.

O psiquiatra explica que Nando foi diagnosticado com transtorno da personalidade dissocial grave, além de transtorno da personalidade paranoica também grave, ou seja, caso de psicopatia. “Não há tratamento efetivo para tal condição. Deve ser afastado da sociedade”, explica.

Em sua análise, o especialista diz que tanto agora, quanto na época em que matou e escondeu o corpo de 16 pessoas em um cemitério clandestino, Luiz Alvez era “totalmente capaz de entender e de autodeterminar-se e tinha plena responsabilidade penal”. Segundo ele, Nando “não tinha delírios, alucinações ou quaisquer transtornos psicóticos”.

No documento o psiquiatra revela  que os crimes foram cometidos de maneira precipitada com ações excêntricas e rituais, “por falta de controle de Nando sobre seus impulsos agressivos”.

Abdo explica que ele tem dificuldade em manter vínculos interpessoais e é reincidente e versátil em práticas criminais. “Ele tem falta de disponibilidade interna para abordar os crimes praticados, recorrendo à mentira e gerando um discurso contraditório. Perversidade de caráter com insensibilidade afetiva aos demais e sentimentos deficitários relativos à alteridade”, revela.Laudo diz que Nando é psicopata e não pode viver em sociedade

O especialista pontua não foram identificados traumas emocionais ocasionados a curto, médio ou longo prazo, nem distúrbios familiares, sentimento de rejeição ou complexo de inferioridade em Luiz, e para ele, o suspeito tem temperamento colérico, ou seja, caracterizado por ter perfil auto-suficiente, prático e que consideram que é fácil tomar decisões, muitas vezes por outras pessoas.

Foram, segundo a polícia, 16 pessoas de todas as idades e sexos, assassinadas por Nando e seus comparsas. Dessas, 13 foram enterradas no cemitério clandestino, todas da mesma forma, amarradas e de cabeça para baixo. As vítimas ainda foram estranguladas, isso porque Nando não gostava de ver sangue.