Dois bebês de cinco meses foram levados para a Santa Casa após o incêndio que devastou 123,5 hectares na Aldeia Lagoa Bonita, em Campo Grande. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) confirmou que os dois bebês, duas crianças e três adultos receberam atendimentos médico.

Em nota, a pasta informou que o quadro de saúde dos bebês é estável, mas, para que fossem mantidas em observação, foram encaminhadas ao hospital. Já a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) disse que que, ao todo, 10 famílias, 47 pessoas, foram acolhidas e levadas para o Parque Poliesportivo Tarsila do Amaral, próximo à Aldeia Água Bonita, onde estão sendo assistidos pelas equipes do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) Vida Nova.

“O espaço foi preparado com colchões e cobertores para as famílias que desejaram sair da aldeia até que o nível de fumaça no local esteja reduzido. No local, foram servidas refeições às famílias acolhidas, providenciadas pela equipe do CRAS Vida Nova, que também está organizando a distribuição de donativos como roupas”.

Para garantir o atendimento no final de semana, servidores da SAS e do CRAS se mantiveram presentes em regime de plantão para atender às necessidades das famílias na comunidade Água Bonita e no abrigo improvisado.

“As equipes do CRAS também estão contribuindo com a distribuição de galões de água na comunidade, abastecidos na própria unidade, já que o fornecimento de água e luz foi prejudicado na sexta-feira (26) devido ao incêndio. Além disso, as famílias da aldeia que decidiram permanecer no local, receberam colchões e cobertores”.

Dados do Painel do Fogo, do Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia). Segundo os bombeiros, a população ficou entre dois focos de fogo e 7 mil litros de água foram utilizados no combate às chamas.

Atendimentos aos moradores

Segundo a prefeitura, equipes da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) realizaram triagem no local do incêndio, dando prioridade ao atendimento de crianças e idoso, em razão do contato com a fumaça.

Ainda ontem (26), o espaço no ginásio foi preparado com colchões e cobertores para outras famílias que desejarem sair da aldeia até que o índice de fumaça no local esteja reduzido.

Segundo a prefeitura, no local, seriam servidas refeições às famílias acolhidas, providenciadas pela equipe do CRAS Vida Nova, que também está organizando a distribuição de donativos de roupas.

Não se sabe o que causou o incêndio

Segundo a prefeitura, há suspeitas de que o incêndio tenha sido causado intencionalmente, o que será investigado pelas autoridades competentes. Alguns moradores também desconfiam que tenha sido uma queima criminosa.

“O fogo se alastrou rapidamente, segundo os moradores. É fundamental aguardarmos o laudo técnico dos Bombeiros e da Defesa Civil para entendermos o que realmente ocorreu aqui na comunidade hoje. Vivemos um período de seca intensa, que aumenta o risco de incêndios, e estamos atentos e preparados para agir proativamente, com cuidado, dedicação e eficácia”, disse a prefeita Adriane Lopes.

Foto: Henrique Arakaki/Midiamax

Casas atingidas pelo fogo

Uma das casas mais atingidas pelo fogo foi a de Josiane Dias Lemos da Silva, 40 ano. Ela vivia na residência com mais oito pessoas: o marido, dois filhos, além da irmã, cunhado e três sobrinhas adolescentes.

A casa deles teve janelas estouradas, paredes e cobertores queimados. Segundo a Defesa Civil, a estrutura do imóvel foi comprometida e não há previsão para eles possam voltar a residir no local. Entretanto, a prefeitura informou que dará toda a assistência necessária.

Uma das moradoras afirma que o incêndio começou por voltas das 9h. “O fogo veio do Anache para cá e veio com tudo. Foi muito rápido. Não deu tempo de nada. E aí teve gente correndo, gritando e muita fumaça. Retirei meus móveis todos para ver se não perdia tudo”, disse.