Um dos usuários do Posto de Saúde reclamou que uma atendente ligou pedindo para ele levar sua mãe a outra unidade, por falta de médico

A população reclama da falta de médicos nesta quinta-feira (27), no Centro Regional “Dr. Ênio Cunha”, conhecido como Posto 24h do Guanandi, que fica na avenida Manoel da Costa Lima, em Campo Grande.

Antonio Giovanoni, de 54 anos contou que levou sua mãe, Paulina Iagina, ao Posto de Saúde porque estava passando mal. Mas, segundo ele, ao voltar para buscar seu filho em casa, uma atendente ligou do local pedindo para levá-la em outra unidade.

“Deixamos ela aqui, e ligaram mandando ela embora, porque não tem médico. Isso é um absurdo, estou indignado. Nem sei o que ela tem, parece pressão alta, está ruim. Agora vou ter que correr com minha mãe para outro Posto. Vou tentar o Coophavila ou Aero Rancho”, desabafou o pai aflito com o estado de saúde da mãe.

Antonio destacou ainda, que o Posto está vazio hoje (27), porque os atendimentos estão sendo feitos de forma precária e a população vai embora. “Eu até entendo a revolta deles. Mas trabalhamos dentro do nosso limite. Fazemos tudo o que é possível”, destacou um funcionário, que preferiu não se identificar.

Já outro usuário, Antônio Zaquiano, de 68 anos, levou sua esposa para tomar insulina porque sofre de diabetes. Apesar de ele conseguir a medicação, reclamou de vários problemas.

“Aqui não serve nem para ser posto de gasolina, pior ainda para a saúde. A gente não é cachorro para passar por isso, ficar sendo humilhado. Tenho muitas reclamações, faltam médicos, estacionamento, o espaço é ruim, toda infraestrutura péssima. É perigoso o enfermo descer no meio da avenida”, reclamou Antônio.

Secretaria de Saúde

De acordo com a escala de plantão, nesta quinta-feira (27), dois médicos clínicos estão atendendo no período da manhã no Centro Regional “Dr. Ênio Cunha”. Além disso, terão dois médicos clínicos à tarde, e a previsão é ter cinco trabalhando à noite.

No entanto, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde explica que por se tratar de unidade de saúde 24h há prioridades. Quem chega com o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), ou com perigo de morte, todos da cor vermelha, são atendidos na frente das demais pessoas.

Essa ordem de atendimento é feita por classificação de risco após pré-consulta. A assessoria destaca que ninguém é mandado embora. “O que pode ter acontecido é o funcionário ter informado sobre o atendimento de urgência, explicado para o paciente aguardar, e ele resolveu ir embora”.