Segundo pneumologista, os principais problemas causados pelas altas temperaturas são mal-estar, dor de cabeça e hipertensão

A meteorologia aponta que o índice térmico, ou seja, o que a pessoa sente quando a temperatura aumenta, pode atingir os 40º nesta terça-feira (30). Em Campo Grande, às 11h a temperatura marcava 35° na região central da cidade. Normalmente bastante agitadas, as ruas do centro registravam pouco movimento.

Para o funcionário público Dionel da Silva, 40 anos, o calor dos últimos dias tem atrapalhado a rotina. “A gente já está acostumado ao tempo mais fresco. Dá até desânimo em trabalhar.”.

Ele conta que aproveitou para levar os filhos à praça Belmar Fidalgo, enquanto a esposa fazia uma consulta médica. “Estamos vivendo aqui o calor de lá.”, comenta sobre a cidade de Corumbá. “Quando levantei hoje cedo já estava 30°, às 7h da manhã.”, relata.

O vendedor de coco Antonio de Almeida comemora as altas temperaturas. Ele conta que chega a comercializar entre 200 e 250 unidades em dias como o de hoje. “Nessa época é comum aumentar as vendas, mas nos últimos dias tenho vendido até 75% a mais que normal”.

Alessandro Alves conta que um termômetro na região central de Campo Grande marcava 45°, por volta das 9h da manhã. “Tá parecendo Aquidauana e Corumbá devido ao calor. A diferença é que o povo de lá já está acostumado.”. 

Cuidados

Segundo a pneumologista Eliana Setti Albuquerque Aguiar, as recomendações para amenizar o mal-estar nas altas temperaturas são a ingestão de bastante líquidos, não se expor ao sol e evitar atividades físicas nos períodos da manhã e da tarde.

Ela aponta que o calor excessivo afeta principalmente idosos e crianças, e recomenda evitar o ar-condicionado. “É muito difícil evitar o ar-condicionado, mas quando se fica muito tempo sobre a influência, além de diminuir a temperatura ele resseca o ambiente, por isso é importante se hidratar bastante e, na medida do possível, evitar o ar-condicionado.”.

Os principais problemas causados pelas altas temperaturas são o mal-estar, dor de cabeça e hipertensão. “As pessoas que possuem algum problema pulmonar ou cardíaco podem ter sua condição potencializada.”, alerta.

Inmet aponta que clima pode ter relação com furacão dos EUA

Conforme o Capre (Centro de Análise e Previsão do Tempo) do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), apesar da distância, o furacão Sandy pode ter certa relação com a influência do clima no Brasil. Esse fenômeno é conhecido como teleconexão e, neste caso, quando provoca o aumento de chuvas e tempestades causadas pelas zonas de baixa pressão no Atlântico Norte e Caribe, influencia diretamente no clima do norte da região Centro-Oeste, dificultando a chegada de umidade no Mato Grosso do Sul, inclusive.

Porém, o instituto reitera que somente um estudo mais aprofundado poderia dar certeza quanto à influência do furacão no clima do país.

As altas temperaturas verificadas em Campo Grande estão no limite entre a ausência de chuvas e fortes tempestades. O Instituto avalia que, a umidade irá aumentar nos próximos dias, por isso, deve ocorrer ventanias nas regiões sul e leste do Estado, além de tempestades a partir de quinta-feira (1º/11).

Em Campo Grande, já a partir desta quarta-feira (31), pode chover em pontos isolados e na quinta-feira, pode chover forte no final da tarde.