Temida variação da gripe já matou 20 pessoas no Estado

Apesar dos quase 30 casos confirmados de Influenza A H1N1 em Campo Grande até a semana passada, a população segue evitando paranoia com a temida variação da gripe. No centro da Capital, usuários do transporte público coletivo, comerciantes e profissionais de saúde reconhecem o medo da doença, mas ponderam que a vida deve continuar normalmente.

Essa foi a opinião manifestada pela autônoma Daliti Ferreira Lemos, de 20 anos. “Eu tenho medo e me previno, mas minha preocupação maior é com meu filho”, afirma, com o pequeno Davi Emanuel, de 8 meses, no colo.

Para o açougueiro João Luiz dos Santos, de 55 anos, ainda não foi necessário mudar nada no cotidiano para evitar a doença. “Estou meio preocupado, porque sai muita coisa na mídia e eu não fui vacinado, mas até agora não tenho feito nada diferente para me cuidar”, reconhece. É o mesmo que pensa o colega de profissão, também açougueiro José Urbano Machado, de 63 anos. “Não esquento a cabeça, me preocupo mas toco a vida”, pontua.

Já a funcionária pública Jeane Cebalho, de 48, anos, garante não estar preocupada com a doença que já matou nove pessoas em Campo Grande até a quinta-feira passada (17). “Não tenho medo, acho que se tiver que acontecer acontece. Me cuido, mas não deixo entrar nessa neurose de usar máscaras”, explica.

Ao lado de Jeane, a cozinheira Geraldina Coelho, de 48 anos, concorda com a opinião da colega, mas não deixou de procurar a imunização, já que é hipertensa. “Eu já tomei a vacina, estou prevenida, graças a Deus. E uso álcool em gel”.

Com seu carrinho de pipoca na praça, a ambulante Reginalva Medeiros, de 42 anos, manifesta maior preocupação com a H1N1. “Tenho muito medo, a doença assusta, mas não tem vacina. Eu uso álcool em gel, não uso máscara porque se as pessoas me virem com uma não vão nem querer chegar perto com medo e não iria conseguir vender minha pipoca”, confessa.

Mesmo com medo, população evita paranoia com H1N1E se a máscara não foi um acessório visto entre os entrevistados, o álcool em gel é a regra geral. “Há um mês tem tido bastante procura pelo álcool em gel, vendemos mais de quatro por dia, principalmente do pequeno, que para as mulheres é fácil de carregar na bolsa”, informou o atendente de farmácia Lucas Caggiano.

Esse cuidado é para evitar fazer parte das estatísticas da SES (Secretaria de Estado de Saúde), que até a quinta-feira passada já havia registrado 20 mortes relacionadas à Influenza A H1N1 em todo o Mato Grosso do Sul.

Segundo o Boletim Epidemiológico mais recente, os casos notificados da doença na Capital chegavam a 29 até a semana passada. São suspeitas que profissionais de saúde verificam diariamente, como relata a farmacêutica Nádia Quézia, de 22 anos. “Além da procura pelo álcool em gel, cresceu também o número de pessoas que vêm atrás de Tamiflu, que é o remédio indicado para o tratamento”, afirma. “Por dia, chegam de cinco a seis receitas”.