A epidemia de que foi duramente combatida

O prefeito Alcides Bernal esteve presente ao encontro do Comitê de Mobilização de Combate à Dengue que se reuniu no auditório do Crea/MS na manhã desta quinta-feira (5.11), quando foi apresentado o LIRAa (Levantamento de Índice Rápido do Mosquito Aedes aegypti) de outubro e discutida a estratégia do trabalho de intensificação das ações nas regiões que apresentaram situação de alerta. 

A epidemia de dengue que foi duramente combatida na primeira fase da gestão do prefeito Alcides Bernal, em 2013, ameaça agora, após o descaso com as ações de combate do governo anterior, retornar mais devastadora, uma vez que não apenas a dengue oferece ameaça, mas também a chikungunya e a zika, ambas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. 

Ações 
Entre as ações está a cobrança de agilidade na coleta de lixo, ainda prejudicada em razão da greve de coletores e motoristas da Solurb e posterior paralisação dos serviços sob a alegação de falta de combustíveis por atraso nos pagamentos por parte da Prefeitura. “A empresa recebeu este ano mais de R$ 230 milhões e alega não ter recursos para combustível, pagamento de salários e outros. Parece que querem submeter o poder público a interesses mesquinhos. Não iremos permitir que, ao deixar de fazer o serviço, ou fazer apenas aonde o bispo passa, onde as autoridades públicas transitam e não nos locais mais periféricos que estão esquecidos e abandonados, coloquem em risco a saúde e a vida da população”, disse o prefeito Alcides Bernal. 

Outra medida anunciada é a solicitação que será feita ao desembargador João Maria Lós, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), de alvará que permita aos agentes de saúde e controle de endemias ingressarem em imóveis que estejam fechados para proceder à vistoria e remoção de focos de proliferação dos mosquitos. 

De acordo com o coordenador de Endemias Vetoriais do Centro de Controle de Zoonose, Alcides Ferreira, com as chuvas previstas há a possibilidade dos números de focos aumentarem, o que mostra a importância de implantar uma estratégia de alerta e combate aos focos já a partir das primeiras chuvas fortes.

A maior incidência dos casos é em residências, que corresponde a 86,2% . “Os índices encontrados em domicílios mostram o quanto é relevante a participação da população nesse trabalho de conscientização e combate ao mosquito”, salienta. O LIRAa evidenciou ainda 6,0% de índice de infestação no comércio, 4,3% em terreno baldio e 3,4% em outras áreas.

O secretário municipal de Saúde, Ivandro Corrêa Fonseca, enfatizou as ações de sua secretaria para enfrentar a doença. As Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) tiveram seus horários estendidos para hidratação e primeiros atendimentos aos casos suspeitos. Com isso evita-se a internação nos hospitais públicos e particulares, uma vez que muitos casos podem ser tratados de forma ambulatorial e apenas os casos mais graves exigem internação. 

Mutirão
A prefeitura também deverá repor a equipe de aproximadamente 200 médicos que haviam deixado a saúde pública durante a gestão anterior e que, hoje, pretendem retomar seus postos. Ivandro salientou que a sua secretaria deverá contar com quase 3 mil pessoas, entre agentes de saúde e agente de endemias e demais servidores da pasta no mutirão para controle da doença. 

Atuando na força tarefa, a Semadur ((Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) fará a fiscalização e, se necessário, multa dos proprietários que deixarem os terrenos sujos ou impedirem a entrada do agente de saúde, podendo chegar à desapropriação das áreas com foco de infestação do mosquito. O Exército já se colocou à disposição para atuar junto aos agentes municipais, atendendo pedido do prefeito Alcides Bernal. 

“Trabalharemos ações de planejamento de curto, médio e longo prazo, mas necessitamos de parcerias para vencer esse desafio” disse o secretário Ivandro, que lembrou o caos estabelecido em 2013, quando o governo municipal em início de mandato enfrentou a epidemia de dengue que atingiu 48 mil casos em todo o Estado. 

Até outubro deste ano, foram 6.135 notificações e 2.679 casos confirmados de dengue, com quatro casos graves e duas mortes por dengue.