Em 29 de novembro de 2016, a tragédia com o avião da Chapecoense marcou a história do clube e de dezenas de famílias. Entre profissionais da imprensa, tripulação e grande parte da delegação da Chapecoense, que se deslocavam para Medellín, onde seria disputada a final da Copa Sul-Americana, 71 pessoas perderam suas vidas na queda do avião.

O ex-goleiro e sobrevivente do acidente, Jakson Follmann, após quase cinco anos da tragédia, fala sobre a rápida reconstrução do clube e a vontade de levar o nome da Chapecoense por sua trajetória, mesmo seguindo em um novo ramo profissional.

“Depois do acidente, a Chape sempre foi vista como um clube que se reconstruiu muito rápido, até pelos resultados obtidos logo no ano seguinte ao acidente, com a maior pontuação da história do clube no Campeonato Brasileiro. Eu viajei muito, tanto no Brasil quanto fora do país, e foi muito gratificante poder representar o clube e receber o carinho de muitas pessoas. Hoje, faço parte da história da Chape, uma história triste, mas com muita superação e vontade de viver. E, assim, minha vida: independente dos lugares em que eu passar, procuro, de alguma forma, sempre levar o nome da Chapecoense comigo”, afirmou.

O ex-goleiro, que teve parte de sua perna direita amputada no acidente de avião, optou por não voltar aos gramados mesmo sendo convidado para treinar no Centro Paralímpico e seguiu como embaixador do time até março deste ano, quando rescindiu seu contrato. “Tive muitos convites para treinar no Centro Paralímpico, mas, hoje, sou palestrante e cantor. Tenho esses projetos em minha vida e, se quiser abraçar o mundo, não vou conseguir fazer nada com foco e determinação. Nunca vou me ver como um ex-atleta, até porque aqui ainda corre sangue de competidor, faço minhas atividades físicas diariamente e, assim, sigo sempre com foco e me exercitando para meu bem-estar”, contou Follmann.

Paixão pela música

Fora dos gramados, Follmann resgatou uma antiga paixão: a música. Em 2019, o ex-goleiro venceu o programa “Popstar”, da Globo, e vem se dedicando à sua carreira como cantor. “A minha relação com a música é muito forte, um sonho de infância e que agora estou podendo realizá-lo. Com toda certeza, as minhas três preferidas, nesse momento, são as minhas primeiras músicas inéditas: Vestido de Flor, Dois Passarinhos e A Bola, que já estão disponíveis em todas as plataformas digitais”, afirmou.

Agora, focado em sua carreira como músico e palestrante, Jakson Follmann segue com seus projetos. “Quero continuar me dedicando de corpo e alma e acima de tudo estar sempre motivando as pessoas e acrescentando luz e coisas boas na vida de todos. Minha vida não se resume ao acidente, ela é muito rica. Até porque as coisas mais importantes pra mim, hoje, são a própria vida e, com toda a certeza, minha família”, concluiu.

Vale ressaltar que o clube catarinense está na lanterna do Brasileirão. Será que a Chape consegue dar a volta por cima?