O deputado bolsonarista João Henrique Catan (PL) enxerga o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como “peça fundamental da direita” na ‘guerra’ tarifária entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.
“Ele governa o maior e mais forte estado do País, onde estão os maiores setores, grande parte da indústria nacional. É natural que ele veja a ineficiência do governo federal e as trapalhadas provocadas pelo ministro da Fazenda, pela diplomacia brasileira”, afirmou ao Midiamax nesta quarta-feira, 16 de julho.
O governador paulista tem mobilizado esforços para atuar na mediação de diálogo entre os setores afetados e o governo brasileiro, após a polêmica defesa ao ex-presidente Bolsonaro, mencionado na carta de taxação de 50% aos produtos brasileiros que entram nos Estados Unidos.
A sanção tarifária foi anunciada por Trump há uma semana, e a manifestação de Tarcísio contrapôs narrativa de opositores do ex-presidente, que atribuem o prejuízo econômico a suposto uso da relação internacional entre os países para aliviar a situação jurídica de Bolsonaro, réu nas investigações do 8 de janeiro.
A Procuradoria-Geral da República pediu nesta semana a condenação do ex-presidente, sob acusação de ser o líder da organização criminosa, além de “principal articulador e maior beneficiário” das ações para tentar implantar um golpe de Estado no país, em 2022. As penas máximas para os crimes passam de 30 anos de prisão.
“Como pontuou Eduardo Bolsonaro, esses reflexos todos estão acontecendo por conta de uma decisão de atos coletivos de apoio a instituições, a países não democráticos, terroristas, que têm se utilizado da subversão dos direitos humanos e da liberdade de expressão para ter um ganho econômico, oprimindo a população, de uma forma ou de outra, com crimes reconhecidos por organismos internacionais ou não”, acusa Catan.
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Para o deputado, as supostas distorções do Superior Tribunal Federal — acusadas por Trump e reiteradas pela ala bolsonarista — mostram que as decisões dos ministros estão enviesadas de caráter político.
“Por mais que eles ataquem e tentem passar um pano dizendo que é um ataque à soberania, na verdade, o maior ataque à soberania é perceber que há uma interferência do mercado, há uma interferência da mão invisível do governo nas decisões da corte, visando beneficiar o governo e atacar os seus opositores”, acusa o deputado.
Para Catan, é natural que o governador paulista assuma a liderança da ala conservadora no diálogo com os americanos, sob a pretensão da existência de suposta falta de coesão, sinergia e até mesmo de alinhamento do Brasil e seus diplomatas.
Reunião com empresários
Ontem, Tarcísio reuniu cerca de 15 representantes de entidades para debater os impactos das taxações impostas pelo presidente Donald Trump, que afetam diretamente a economia do principal centro econômico do País.
Segundo o UOL, o encontro entre governador e os empresários durou cerca de 1h30, no Palácio dos Bandeirantes, na zona sul de São Paulo.
O encontro foi marcado para as 10h e se encerrou por volta das 11h40. Participaram da reunião, além de Tarcísio, os secretários Arthur Lima, da Casa Civil do Estado de São Paulo; Jorge Lima, do Desenvolvimento Econômico; e Laís Vita, de Comunicação.
O objetivo da reunião foi mapear um diagnóstico sobre a situação do empresariado paulista impactado pelo tarifaço de Trump, em especial setores mais impactados no estado como os exportadores de suco de laranja e de carne.
O diagnóstico deverá ser entregue ao Governo Federal, que também mobiliza encontros com entidades representativas. O vice-presidente Geraldo Alckmin tem liderado os trabalhos de negociação com o governo norte-americano e ontem esteve reunido também com empresários do agronegócio e da indústria, que pediram a busca do governo brasileiro na prorrogação do prazo para início das taxações, com Trump.
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*Matéria atualizada às 12h49 para atualização de informação.
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