Foi marcada para setembro a audiência em que será ouvido o mecânico David Lopes Queiroz, acusado de matar Drielle Leite Lopes e seus três filhos, na BR-060, entre Sidrolândia e Campo Grande, no dia 6 de abril.
Na audiência marcada para o dia 9 de setembro, David e testemunhas de defesa devem ser ouvidas, já na audiência do dia 30 de junho foram ouvidas testemunhas de acusação. Após o final das oitivas, o magistrado deve decidir pelo júri ou não do mecânico.
O mecânico está preso desde a época do acidente e, na última semana de junho, teve um pedido de liberdade negado pela Justiça. No dia 30 de junho, em depoimento, uma PRF (policial rodoviária federal) afirmou que o mecânico não tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação) na categoria B. Portanto, não era habilitado para dirigir o carro.
“Ele não tinha categoria B, somente A, para motocicleta”, revelou a PRF Caroline de Carvalho Mota. Sobre a dinâmica do acidente encontrada pela equipe da PRF, Caroline explicou que foi uma situação bastante complexa. Isso porque havia incêndio, mas também muitos populares na rodovia.
“A primeira vítima que nos deparamos foi o David, que até o momento não estava identificado. Ele estava bem agitado, bem alterado, a gente sentiu um certo odor etílico na fala dele, e ele estava falando que estava em uma motocicleta e que tinha uma criança com ele. Só isso que ele sabia falar e estava bem alterado”, relatou a policial.
‘É ele quem me dá suporte’: pai encontra força no filho sobrevivente
Oldiney Centurion Saraiva começou seu depoimento na audiência do dia 30 de junho relembrando que desmaiou após o acidente. Naquela noite de 6 de abril, faleceram Drielle; Helena Leite Saraiva, de 10 anos; João Lúcio Leite Saraiva, de 2; e o pequeno José Augusto Saraiva, de apenas 3 meses.
“Nós estávamos vindo embora, eu estava vindo com a minha família. Chegando em uma curva, eu acredito que era um caminhão que estava vindo na curva e o rapaz estava ultrapassando, e eu não vi nada. Eu só me lembro três dias depois, na casa do meu primo, acordando; eu não lembro do velório, nem do enterro. O médico psiquiatra acha que pode ter ocorrido um bloqueio emocional”, falou.
Até hoje, ele disse que pensa que a esposa está viajando. “Eu relutei muito antes de perguntar para ele [filho sobrevivente] porque, até então, eu ainda acho que minha esposa está viajando, porque eu não me recordo”, relatou.
Ao responder aos questionamentos do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) na audiência, Oldiney disse que encontra forças no filho de 12 anos, que sobreviveu ao acidente naquele dia 6 de abril.
“Eu conversei com o meu filho, aos poucos, é ele que está me dando mais suporte; ele para de chorar, me abraça e fala que ‘é nós dois’. Ele falou que ele e a irmã estavam cada um de um lado e, quando o carro bateu, ele capotou”, revelou o pai.
Mecânico usou cocaína antes de pegar estrada
O mecânico é acusado de provocar a morte de Drielle e seus três filhos, Helena Leite Saraiva, de 10 anos; João Lúcio Leite Saraiva, de 2; e o pequeno José Augusto Saraiva, de apenas 3 meses. David havia usado cocaína horas antes de pegar a estrada naquele 6 de abril.
Informações passadas pelo irmão do mecânico para os policiais que atenderam a ocorrência são de que, no dia do acidente, o autor fez uso de cocaína. Quando os policiais chegaram à Santa Casa, onde o mecânico estava internado sob escolta, ele apresentava sinais de embriaguez, com fala arrastada e proferindo palavras de baixo calão.
Acidente na BR-060
Informações passadas para o Jornal Midiamax na época do acidente são de que o médico que atendeu a ocorrência atestou que o motorista do Corsa estava embriagado, mas não foi feito o teste do bafômetro. A suspeita para o acidente é uma tentativa de ultrapassagem malsucedida.
O veículo Corsa teria tentado ultrapassar uma carreta, mas não conseguiu, já que a Saveiro vinha na direção contrária. Nesse momento, ao tentar retornar para pista, bateu na lateral da carreta e acabou atingindo a Saveiro.
O motorista do Corsa não usava cinto de segurança e foi arremessado para fora do carro, socorrido com múltiplas fraturas. Em seguida, o carro caiu no barranco e pegou fogo.
O motorista da carreta contou que o Corsa estava em alta velocidade e não conseguiu evitar o acidente.
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