A embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Viotti, informou ter ficado surpresa com o tarifaço anunciado por Donald Trump. Ela se reuniu, nesta manhã de segunda-feira (28), com a comitiva brasileira que está em solo norte-americano tentando barrar ou pelo menos postergar a tarifa de 50% sobre os produtos do Brasil.
Maria ainda revelou aos senadores que negociações estavam acontecendo de forma amigável desde o mês de março. As reuniões eram feitas com videoconferência entre o vice-presidente do Brasil e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, que levou à criação de um grupo de trabalho técnico bilateral.
Segundo a embaixadora, o Brasil apresentou dados demonstrando que a média efetiva das tarifas brasileiras de importação é de apenas 2,7%, o que desmente a imagem de protecionismo que circulava em Washington. Apesar do avanço nas negociações, no dia 9 de julho, o ex-presidente Donald Trump anunciou tarifa extra de 50% sobre produtos brasileiros.
“Foi com grande surpresa que recebemos a carta. O diálogo vinha fluindo, nossas considerações estavam sendo levadas em conta. Ainda assim, seguimos à disposição para dialogar”, afirmou Viotti à comitiva brasileira.
A embaixadora também informou que há ações judiciais em andamento, nos Estados Unidos, questionando a legalidade das sobretaxas. Uma delas, movida pela Johana Foods, que importa suco de laranja do Brasil, solicita a suspensão da nova tarifa e precisa de decisão judicial até 1º de agosto. Outra ação, mais ampla, conta com apoio de parlamentares e empresas e pode criar um precedente mais robusto.
“Sempre há recurso”, alertou Viotti, lembrando que até decisões favoráveis podem ser suspensas por apelação da defesa norte-americana.
Para o senador Nelsinho Trad (PSD), a missão parlamentar tem papel institucional claro: abrir espaço para a escuta política e diplomática.
“O Brasil quer construir, não confrontar. Estamos aqui para preservar uma relação de 200 anos que é sólida e mutuamente vantajosa.”
O ex-diretor da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo, reforçou que o momento atual deve ser encarado como uma janela estratégica. “O que está acontecendo agora está forçando o governo, o empresariado e a sociedade brasileira a repensarem como fazer negócios e como se aproximar mais dos Estados Unidos. Não podemos desperdiçar essa mobilização”, afirmou.
Além de Nelsinho Trad, integram a missão os senadores Tereza Cristina (PP‑MS), Jaques Wagner (PT‑BA), Fernando Farias (MDB‑AL), Astronauta Marcos Pontes (PL‑SP), Esperidião Amin (PP‑SC), Rogério Carvalho (PT‑SE) e Carlos Viana (Podemos‑MG).
A delegação conta com apoio de assessores parlamentares, representantes da ApexBrasil e diplomatas brasileiros. Também participaram do encontro os ministros Fernando Sena, Kassius Pontes e Maurício Correia, e os diplomatas Luis Guadagnin e Celeste Badaró.
A missão segue até quarta-feira (30), com reuniões no Congresso dos EUA e com lideranças empresariais e institucionais ligadas ao Brazil‑U.S. Business Council e à Americas Society / Council of the América.
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