A Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), nesta nova gestão, nunca questionou a falta de ar-condicionado nos ônibus do Consórcio Guaicurus em Campo Grande. A falta do ‘refresco’ foi alvo de críticas de especialista ouvida na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Consórcio. Nesta segunda-feira (5), o diretor-presidente da Agência, José Mario Nunes da Silva, afirmou que não possuem as informações sobre ar-condicionado.
Questionado durante oitiva sobre quantos ônibus com ar-condicionado circulam em Campo Grande, o presidente disse que “somente a Agetran tem esse número”. Além disso, disse que não sabia se a informação poderia ser compartilhada. “Não sei se passam”, comentou.
Logo, a afirmação levantou dúvidas entre os vereadores, que novamente questionaram. “A Agereg nunca solicitou a Agetran para saber quantos ônibus tem ar condicionado?”, questionou membro da Comissão. Contudo, o diretor que está a frente da pasta há quatro meses, se limitou a dizer que “não”.
Ademais, disse que “não consta no contrato o ar-condicionado”. Porém, novos veículos poderiam ter por meio de aditivo.
Especialista critica falta de equipamento
A engenheira e mestre em Mobilidade Urbana, Lúcia Maria Mendonça Santos, se revoltou com a falta de ar-condicionado nos ônibus do Consórcio Guaicurus em Campo Grande. Assim, criticou o serviço prestado aos usuários na Capital em oitiva da CPI.
Profissional de Santa Catarina, Maria prestou depoimento por videochamada na CPI do Consórcio. “Se aqui em Florianópolis, que é frio, nós temos ar-condicionado, imagina vocês que vivem no pico do calor”, criticou.
Uma das suposições da especialista vai de encontro com os relatos de usuários o transporte: excesso de calor. “Já pensou a gente sair de casa, tomar um banho e chegar no banho que já está todo suado”, descreveu.
Então, disse que a instalação dos equipamentos de conforto básico aos usuários não seriam “grande empecilho”. Considerando que o transporte público em Campo Grande é comandado por um grupo de empresas.
Atuação dos fiscais
José Mario Nunes da Silva também admitiu que não existem fiscais nos bairros. O representante afirmou que os fiscais não atuam nas comunidades para avaliar o serviço prestado pelas empresas do Consórcio, responsáveis pelo transporte público em Campo Grande.
Questionado pelo vereador Coringa (MDB) sobre o envio de fiscais para os bairros, o diretor-presidente disse que “para comunidade nunca foi. Vai em casos pontuais, como Todos em Ação e montamos o stand”.
Atuação nas ruas é essencial
Então, contrariam ponto essencial apontado pela especialista que participou da primeira oitiva da CPI em 28 de abril. A engenheira apontou que a falta de fiscalização impacta diretamente no valor das passagens. “Se tem falta de fiscalização, tem altos preços de passagem”.
Portanto, sugeriu que os fiscais atuem de forma prática no município, com locais alternados. “Não adianta ter fiscal para ficar no terminal. O fiscal tem que estar no ponto de parada do bairro, longe de onde estão as câmeras dos terminais”, disse.
Contudo, apontou que “evidentemente, também tem que ter fiscal no terminal, mas eles também têm que estar no trajeto dos ônibus”.
“Não adianta, evidentemente, que a gente tem que fazer um processo licitatório para contratar uma empresa. A gente tem que exigir dessa empresa”, disse.
LEIA – Especialista critica falta de ar-condicionado em ônibus do Consórcio em depoimento na CPIJosé Mario Nunes da Silva, admitiu que não existem fiscais nos bairros. O representante afirmou que os fiscais não atuam nas comunidades para avaliar o serviço prestado pelas empresas do Consórcio, responsáveis pelo transporte público em Campo Grande.
Questionado pelo vereador Coringa (MDB) sobre o envio de fiscais para os bairros, o diretor-presidente disse que “para comunidade nunca foi. Vai em casos pontuais, como Todos em Ação e montamos o stand”.