Conhecida como a capital nacional da celulose, o município de Três Lagoas, a 326 km de Campo Grande, ocupa a 21ª posição entre as cidades que mais exportam para os Estados Unidos. Os dados foram divulgados pela FNP (Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos).
A partir desta quarta-feira (6) passa a valer a sobretarifa de 50% aplicada pelos norte-americanos a diversos produtos brasileiros. No entanto, quase 700 itens escaparam do tarifaço.
Inclusive, um deles é a celulose, que representa 100% das exportações de Três Lagoas ao país de Donald Trump.
Conforme os dados, somado o ano de 2024 e o primeiro semestre de 2025, o município vendeu R$ 1,1 bilhão aos norte-americanos em celulose.
Para se ter uma ideia do que o valor representa, no mesmo período, Campo Grande, que é a segunda colocada no ranking estadual, vendeu cerca de R$ 650 milhões.
Atrás está Corumbá, com R$ 500 milhões e Ribas do Rio Pardo, com R$ 355 milhões.
No entanto, a capital sul-mato-grossense é diretamente afetada, já que pouco mais de R$ 603 milhões são referentes à venda de carne.
Tarifaço dos EUA impacta carne, mas livra celulose
o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. No entanto, a taxação extra impacta a venda da carne bovina, enquanto, livra outros produtos mais vendidos por Mato Grosso do Sul aos norte-americanos.
Conforme o texto do documento oficial divulgado pela Casa Branca no dia 30 de julho, a celulose e o ferro-gusa não terão a taxação adicional de 40%, que já soma a taxa de 10% de exportação ao país.
A lista também livra 694 produtos, que mantiveram tarifa de 10%, já aplicada atualmente de forma recíproca entre os países. Desta forma, ficaram de fora do tarifaço o suco e a polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores, peças e componentes.
Também ficaram de fora do tarifaço produtos como polpa de madeira, metais preciosos, energia e produtos energéticos e fertilizantes. No entanto, café, frutas e carnes, que possuem grande volume de exportação para os EUA, não estão entre as exceções aplicadas e serão taxados com a porcentagem extra.
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Impacto da carne
Os Estados Unidos representaram apenas 5,97% das exportações de produtos sul-mato-grossenses no primeiro semestre de 2025, conforme aponta o relatório Comex de junho de 2025, elaborado pela Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de MS).
Logo, o relatório mostra que, de um total de 5,2 bilhões de dólares exportados no período, cerca de 315 milhões foram para os EUA. Assim, o país de Trump figura como segundo maior comprador de MS.
A carne bovina é o produto mais exportado de Mato Grosso do Sul para os Estados Unidos; rendeu, em 2024, total de 225 milhões de dólares. A celulose é o segundo produto, e o ferro-gusa, o terceiro. Óleos, açúcar, couro, carne de aves, peixes, ovos e até amido integram a lista.
Confira a lista na íntegra aqui.
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