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Brasil

Agentes da Abin cobram demissão de diretor da agência após indiciamento

Agentes alegam que o próprio delegado expulsou servidores quando foram apenas citados na investigação
Agência Estado -
Brasília (DF) 04/05/2023 Sabatina de Luiz Fernando Corrêa que foi indicado para (ABIN) Agência Brasileira de inteligência na comissão de relações Exteriores. Foto Lula Marques/ Agência Brasil.

Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pediram nesta terça-feira, 17, a demissão do atual diretor da instituição, o delegado federal Luiz Fernando Corrêa, após seu indiciamento no inquérito da “Abin paralela”.

O Estadão pediu manifestação de Luiz Fernando Corrêa e, até a publicação deste texto, não havia recebido uma resposta. O espaço segue aberto.

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Em carta aberta, os agentes e servidores administrativos afirmam que é “absurdo sequer cogitar” manter Corrêa no cargo. Também manifestam “indignação” por sua permanência, mesmo após a conclusão da investigação da Polícia Federal.

“O próprio diretor-geral afastou de cargos servidores orgânicos que eram apenas citados nas investigações. Pela mesma lógica, não pode ele próprio se manter no cargo máximo da agência, com poderes para seguir incorrendo nos alegados crimes”, diz um trecho da carta.

O diretor da Abin foi indiciado por suspeita de obstrução de justiça. A PF aponta que houve “conluio” entre a atual gestão da Abin e a direção anterior para evitar que monitoramentos ilegais no governo do Jair Bolsonaro (PL) viessem a público.

O ex-diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, antigo número dois da agência, que também foi indiciado pela Polícia Federal, foi exonerado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em janeiro de 2024, em meio às investigações. Outros seis diretores também foram substituídos na ocasião.

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O presidente Lula manteve o delegado Luiz Fernando Corrêa, nome de sua confiança, no comando do órgão. Os dois mantêm uma longa relação – Corrêa foi diretor-geral da Polícia Federal no segundo mandato do petista, entre 2007 e 2011.

A Abin é o principal órgão do sistema de inteligência federal e tem como atribuição produzir informações estratégicas sobre temas sensíveis, como ameaças à democracia e às fronteiras, segurança das comunicações do governo, política externa e terrorismo. Para a PF, a agência foi instrumentalizada no governo Bolsonaro e usada para atender interesses privados do grupo político do ex-presidente.

Leia a íntegra da carta divulgada pelos servidores da Abin:

A Intelis manifesta sua indignação diante da permanência, no comando do órgão central do SISBIN, de pessoas acusadas de obstrução de justiça, mesmo após o encerramento do inquérito da chamada “ABIN paralela” e o indiciamento de toda a atual cúpula da Agência – incluindo o atual corregedor.

É inadmissível que indivíduos sobre quem pesam acusações graves de obstrução de justiça continuem ocupando cargos de comando na ABIN. O próprio Diretor-Geral afastou de cargos servidores orgânicos que eram apenas citados nas investigações. Pela mesma lógica, não pode ele próprio se manter no cargo máximo da Agência, com poderes para seguir incorrendo nos alegados crimes

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A Intelis reiteradamente alertou a sociedade e o governo sobre o absurdo de se impor mais uma gestão de delegados da Polícia Federal à frente da ABIN, após escândalos protagonizados por gestões anteriores. Denunciamos, também, a nomeação de um delegado da PF para a Corregedoria em meio ao escândalo da “ABIN paralela”, majoritariamente composta por policiais federais. Nossos alertas foram mais uma vez ignorados porque a Inteligência de Estado segue não sendo levada a sério no Brasil

Vale lembrar que o delegado Ramagem foi impedido de assumir o cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal no governo anterior, mas pôde retornar para reassumir a Direção-Geral da ABIN, em mais um grave descaso com a principal agência de Inteligência do país.

É absurdo sequer cogitar a permanência da atual direção e a continuidade do processo de definhamento e desmonte da Inteligência de Estado, a mais maltratada e desvalorizada entre os grandes países do mundo. É ainda pior que membros de outro órgão do poder executivo queiram opinar na mídia sobre os rumos de uma atividade que desconhecem e que não deveriam possuir ingerência.

Alertamos uma vez mais, esperando não sermos novamente ignorados: é imperioso que a ABIN seja gerida por Profissionais de Inteligência orgânicos.

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