Com sensação térmica de 8,3°C na manhã desta terça-feira (9) em Campo Grande e previsão de que o frio permaneça pelos próximos dias, o Projeto Sorriso Feliz arrecada cobertores, que serão entregues para famílias que vivem em situação de vulnerabilidade na Favela do Mandela.

Em um vídeo gravado no local pelo projeto na noite da segunda-feira (8), moradoras da região mostraram as barreiras feitas nos barracos de madeiras para tentar frear a entrada do vento gelado.

“Elas usam cobertores para proteger os barracos que ficam na beira do córrego, que são mais gelados”, detalhou a coordenadora do Projeto Sorriso Feliz, Joyce Nascimento, ao Jornal Midiamax.

A primeira remessa, com cerca de 159 cobertores, será distribuída às 19h desta terça-feira (9), mas o projeto continuará recebendo as doações no decorrer da semana. Além destes itens, o Projeto pede também doações de meias para as 250 crianças que vivem na comunidade. “Há muita necessidade de meia para as crianças”, pontou Joyce.

As doações podem ser realizadas através do pix 52.816.282/001-01 em nome do Projeto Sorriso Feliz. Para mais informações entrar em contato no (67) 99623-3163.

Moradores do Mandela dividem o mesmo medo

O Jornal Midiamax esteve na manhã desta terça-feira (9) na Favela do Mandela e retratou a angústia que o frio traz para as famílias. Zilmara Ana, de 29 anos, mora com seu filho, de 1 ano e um mês, a 200 metros do córrego que corta a favela. Ela mantém seu barraco o mais protegido possível, pois ainda carrega o trauma de ter perdido um filho de dois meses em decorrência de uma bronquiolite.

Mas, esse drama é compartilhado por outros moradores. No barraco da Maria Elisa Martins, de 60 anos, a alternativa para espantar o frio é dormir todos juntinhos.

“A noite a gente junta os colchões no chão e dorme um junto do outro para se esquentar. Tem muita rachadura no barraco, entra vento. Mesmo juntos, foi uma noite muito fria”, comentou.

Após alta com diagnóstico de pneumonia e agora com a chegada do frio, Luiz Henrique dos Santos, de 65 anos, precisou procurar um novo espaço para se abrigar. “Como acabei de ter alta, minha filha me arrumou um espaço na casa dela até passar o frio. Vim só buscar umas coisas para levar”, relata.

Esperança

As famílias do Mandela aguardam ansiosamente para mudar para os loteamentos onde a administração pública está construindo as casas após o incêndio que atingiu a favela no ano passado.

“Fui sorteada para ir para o loteamento Iguatemi II, mas até agora não começaram as obras. A gente vai vivendo essa angústia, de não ter para onde ir, de não ter como se proteger, né? Fui lá há duas semanas e o pessoal que trabalha lá disse que iam começar a construir”, conta Zilmara.

Luiz também foi contemplado com as novas casas. “Meu loteamento é o Iguatemi também, não começaram as obras. Enquanto isso, a gente só torce para o frio passar”, finaliza.

“Meu barraco estava bem no limite dos que queimaram e não. Enquanto a gente espera a casa, fica na expectativa para o frio ir embora logo, para que a gente consiga se proteger melhor”, diz Maria, na expectativa.

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