Amigos e familiares da técnica em enfermagem Gilmara da Silva Canhete Baldo Bernardo, de 46 anos, que faleceu em acidente de trânsito na noite de domingo (4) estão devastados e revoltados como a forma que a vítima morreu. “Não foi acidente, foi um crime”, contestaram.

Durante o velório que aconteceu nesta manhã (6) no Cemitério Jardim das Palmeiras amigos e familiares estavam revoltados. Uma irmã de Gilmara, que preferiu não se identificar, contou foi para ela que ligaram para avisar do acidente e foi ela quem teve de fazer o reconhecimento. “Eu peço a Justiça de Deus e dos homens. É uma perda irreparável, eu fiquei sem irmã, e ela ainda deixou os filhos, netos. Uma família foi desfalcada por um ato de uma pessoa que assumiu o risco. Ela vai voltar pra casa dela, mas a minha irmã não”, lamentou.

Gilmara trabalhava há 3 anos na maternidade Cândido Mariano e pouco mais de um ano na Santa Casa no setor de neonatal. Tinha o sonho de futuramente cursar a faculdade de enfermagem. “Ela amava o que fazia, amava cuidar das pessoas, amava vidas, inclusive foi eleita duas vezes por pacientes como a melhor técnica em enfermagem.

Uma cunhada de Gilmara, que também preferiu não ter o nome divulgado, lembrou o quanto ela estava feliz. “Na semana passada ela e a família estava feliz com a matéria que o Jornal Midiamax fez sobre o sobrinho dela. Ele está arrasado”, disse.

“Criminosa, imprudente. Destruiu minha família. Ela estava alcoolizada e a gente ainda espera que fazem o toxicológico nela também. A mulher nem tinha CNH, então era reincidente. Ela foi covarde”, disse Milena Canhete, uma dos 4 filhos de Gilmara, que tem idades entre 9 e 27 anos.

Amiga de infância, Viviane Aparecida da Silva afirmou que só quer se lembrar dos momentos bons que viveram juntas. Ela e Gilmara tem uma amizade de 40 anos. Cresceram na mesma região. “A gente brincava, namorava, dançava, tivemos netos. Vivemos 40 anos juntas. Eu só quero Justiça por ela”, concluiu.

Durante audiência de custódia na manhã desta terça-feira (6) a mulher teve a prisão convertida em preventiva.

Acidente

O acidente aconteceu por volta das 21 horas de domingo (4), quando Gilmara seguia pela Ceará e no cruzamento com a Rua da Paz foi atingida pelo veículo Ônix. Com a batida, Gilmara foi arremessada a 10 metros e a motocicleta arrastada por cerca de 40 metros.

Após o acidente, a motorista de 48 anos fugiu e foi perseguida, sendo parada por populares algumas quadras depois, logo após os pneus murcharem. Foi feito teste do bafômetro que deu resultado 0,09 mg/l. 

Conforme apurado, a motorista, que estava bêbada, estava também com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa desde 2018 e não poderia estar dirigindo, tendo que passar por um curso de reciclagem.