Duas crianças podem ter participado do sequestro do ex- da República Óscar Denis Sánchez, de 74 anos, no dia 9 de setembro último na fazenda Tranquerita de Bella Vista Norte, na fronteira com .

A informação foi à polícia pelo capataz, Adelio Mendoza Benítez, de 21 anos, que estava em poder do grupo guerrilheiro autodenominado EPP (Exército do Povo Paraguaio) e foi libertado na semana passada.

O indígena Alejandro Mendoza, peão da fazenda Tranquerita e pai de  Adelio Mendoza, disse ontem que seu filho ainda está relativamente em estado de choque depois de sua libertação na tarde de segunda-feira. Os detalhes do cativeiro estão sendo contados aos poucos aos familiares.

Segundo os relatos, que são repassados à polícia,  o ex-vice-presidente e seu capataz estavam detidos na mesma colina próxima ao local onde foram emboscados na noite quarta-feira, 9 de setembro. A região é uma área de floresta de 1.330 hectares que supostamente está cercada por soldados e policiais do Codi (Comando de Operações de Defesa Interna).

A polícia paraguaia também já tem informações de que os dois sequestrados estavam para ser executados quando um grupo de indígenas entrou na montanha para procurá-los. Esse grupo era formado por cerca de 40 pessoas, entre familiares e outros trabalhadores da fazenda Tranquerita, além de uma patrulha de oito soldados que acompanhavam a incursão.

Sem remédios

O sequestro de Óscar Denis, por incrível que pareça, ocorre em um raio de apenas três quilômetros, se tomarmos como referência o local da emboscada, a montanha onde estaria o acampamento terrorista e o ponto de libertação de Adelio Mendoza.

O CODI, bloco do qual a FTC ( Conjunta) faz parte, segundo o ABC Color,  mantém o local cercado desde a última sexta-feira, quando um número significativo de soldados foi deslocado para a área.

A família do ex-vice-presidente pediu trégua para que os sequestradores saíssem do suposto cativeiro para recolher os remédios que Oscar Denis precisa, mas que até agora não foram retirados do ponto onde foram deixados.