Wolverine da vida real? Cientistas inventam o “adamantium”

Com base em simulações de computadores, cientistas criaram uma nova liga de metal que funde a 4126 ºC

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Com base em simulações de computadores, cientistas criaram uma nova liga de metal que funde a 4126 ºC

Os fãs de X-Men já estão acostumados a ver as garras de adamantium, um metal indestrutível, em ação pelas mãos do mal-humorado Wolverine. Mas o que eles não esperavam é que poderia existir um material tão impressionante como o da obra de ficção. O que parecia apenas invenção da imaginação do ser humano pode tornar-se realidade em breve.

Baseados em simulações de computadores, cientistas americanos calcularam a composição ideal e inventaram uma nova liga de metal, uma combinação de háfnio, carbono e nitrogênio, que tem um ponto de fusão mais alto do que qualquer outra substância já conhecida: impressionantes 4126 ºC.

O professor Axel van de Walle, engenheiro da Universidade Brown, de Rhode Island, que liderou a pesquisa, afirma que “a vantagem de começar com a abordagem computacional é que podemos tentar lotes de diferentes combinações muito baratas e encontrar aqueles que talvez valesse a pena experimentar no laboratório.”

Até os cientistas conseguirem transformar a teoria em prática, o recorde de ponto de fusão mais alto continua com uma liga composta por háfnio, carbono e tântalo, que funde a uma temperatura de 3526 ºC. Para se ter uma ideia de como a nova liga seria “reforçada”, a temperatura média da superfície do Sol é de 5500 ºC.

Com um ponto de fusão tão extremo, a nova liga de metal torna-se séria candidata a criar uma versão da vida real do adamantium, metal fictício quase indestrutível usado para fazer as garras de Wolverine nos quadrinhos, desenhos e filmes dos X-Men. De acordo com o professor van de Walle, a pesquisa e a possível criação da nova liga poderiam ajudar no desenvolvimento de novos tipos de escudos térmicos para naves espaciais. O material poderia ser usado também em turbinas a gás.

No entanto, os pesquisadores alertam que os usos possíveis da nova substância só ficarão claros depois que todas as outras propriedades forem testadas. No momento, eles trabalham em conjunto com outros pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Davis, para sintetizar o composto. Segundo o professor van de Walle, “o ponto de fusão não é a única propriedade importante. É preciso considerar outras coisas como propriedades mecânicas e resistência à oxidação, por exemplo.”

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