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Urso polar não se adapta à falta de comida, diz estudo

Espécie estaria apresentando sinais de desnutrição devido à redução das áreas congeladas 
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Espécie estaria apresentando sinais de desnutrição devido à redução das áreas congeladas 

Ursos polares não são capazes de adaptar seu metabolismo para lidar com a perda de alimentos associada à elevação das temperaturas no Ártico, defende um estudo realizado ao longo de três anos e publicado na revista Science. O estudo vai de encontro à tese, defendida por vários pesquisadores e tratada como fato por muitos sites especializados, de que ursos polares entrariam numa espécie de “hibernação em vigília” durante o verão, época em que encontrar comida na superfície vem se tornando mais difícil.

A nova pesquisa, liderada pelo biólogo John Whiteman, da Universidade do Wyoming, não encontrou evidência de queda brusca na temperatura corporal dos ursos no verão – o que indicaria menor necessidade de alimentos.

“Esse estudo nos dá a primeira compreensão sólida do metabolismo do urso polar no verão, especialmente sobre o gelo em águas profundas, longe da costa, onde esses animais jamais foram estudados”, afirma Whiteman. “E não encontramos nada que sugira um estado de hibernação.”

Os ursos têm apresentando estados de subnutrição devido, sobretudo, à dificuldade de alcançar locais habitados por focas, suas principais presas, durante os meses que se seguem ao fim do rigoroso inverno do Ártico.

De abril a junho, as focas usam a parte congelada para cuidar dos filhotes e trocar de pele. É nesse período que os ursos polares se aproveitam para se alimentar e acumular reservas de gordura para o verão. Nos meses seguintes, quando o gelo derrete, os ursos não conseguem mais alcançar as focas, que se retiram para o mar.

Com coleiras e pequenos dispositivos que coletam dados relativos à temperatura corporal, os pesquisadores monitoraram os níveis de atividade dos ursos polares que vivem na região do Mar de Beaufort, na região do Ártico.

Os resultados indicam que os mamíferos são incapazes de adaptar seu comportamento corporal, como defendia o estudo do pesquisador Ralph E. Nelson, que, em 1983, apontou para a possível “hibernação em vigília”.

O novo estudo leva a crer que o aumento da temperatura global poderá levar a espécie à extinção. “Os ursos polares continuam dependendo do gelo. Todos eles passam a maior parte de suas vidas na parte congelada, e, em algumas regiões, ursos nascem e morrem no gelo sem nunca colocar o pé no continente”, diz Whiteman.

Steve Armstrup, membro da organização Polar Bears International, com sede em Montana, nos EUA, vai ainda mais longe. “Já sabemos a resposta para a pergunta sobre o que precisamos fazer para salvar os ursos polares da extinção”, afirma. “Todos os estudos do mundo não vão nos ajudar nisso. Se não lidarmos com o problema do efeito estufa, todos nós que temos dedicado a vida ao estudo dos ursos polares acabaremos virando nada mais que historiadores da espécie.”

 

Golfinhos viraram presa

As mudanças climáticas também têm influenciado em outro aspecto da vida dos ursos polares. A revista Polar Research de junho publicou imagens do pesquisador Jon Aars, do Instituto Polar da Noruega, que mostram golfinhos sendo devorados por um urso.

Nas fotos, registradas em abril de 2014, um urso polar velho e visivelmente desnutrido carrega duas carcaças de um golfinho-de-bico-branco. Acostumada a habitar o ártico norueguês durante o verão, essa foi a primeira vez que a espécie foi vista durante a primavera. O motivo é que o mar normalmente está coberto de gelo nessa época, o que não ocorria quando a cena foi fotografada.

Aars considera que isso não representa uma grande mudança na dieta dos carnívoros. “Trata-se apenas do fato de que os ursos polares estão entrando em contato com espécies que, até agora, desconheciam”, afirmou à época.

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