Problemas de Olarte começaram com ‘presentinhos’ deixados na Prefeitura para Bernal

O prefeito Gilmar Olarte (PP) tem diante de si desafios como como a defasagem no reajuste do IPTU

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O prefeito Gilmar Olarte (PP) tem diante de si desafios como como a defasagem no reajuste do IPTU

O prefeito Gilmar Olarte (PP) tem diante de si desafios como como a defasagem no reajuste do IPTU e compromissos com aumento de salário de professores, herdados das administrações de Alcides Bernal e Nelsinho Trad. Ele assumiu após a queda de Alcides Bernal (PP) e acabou recebendo o bônus do cargo mais importante de Campo Grande, mas também o ônus dos diversos problemas plantados no último ano da gestão de Nelsinho Trad e depois, com compromissos assumidos na nova gestão, da qual ele era vice.

O PMDB perdeu a Prefeitura de Campo Grande após 20 anos de hegemonia. Mas, conseguiu maioria de vereadores, elegendo 21, o que manteve a força do grupo na Câmara, que aliada a Nelsinho, fez mudanças radicais na administração, alegando que atendia ao pedido da população, que protestou por uma nova política.

No último ano da gestão, com aval dos vereadores, Nelsinho fez o que não tinha feito nos sete anos de administração. Sabendo que não seria mais o administrador, ele aprovou, por exemplo, a lei que previa a integralização do salário dos professores, mas não estabelecia prazo, e até nova concessão para empresas de ônibus. Os dois itens, somados ao IPTU, que os vereadores congelaram, viraram uma batata quente, que caiu no colo de Gilmar Olarte.

Pressionado, o prefeito Alcides Bernal não brigou contra o aumento dos professores e enviou prazos para integralização do piso, até por que não tinha número de vereadores suficiente para adiar o reajuste. Agora, segundo Olarte, a Prefeitura não consegue sustentar. Após o reajuste de 18,64%, dado em maio, ele alega  não ter dinheiro para pagar os 8,46% de reajuste que deveria ser depositado no começo do mês, o que levou professores a greve.

Além do problema com professores, Olarte também deve enfrentar grande descontentamento com o reajuste de IPTU, que ele pede que seja de 18% a 22%. O ex-prefeito, Nelsinho Trad, nunca teve dificuldade para aprovar reajustes na Câmara, o que gerou polêmica, por exemplo, em 2012, quando contribuintes reclamaram muito da mudança na planta de valores, que aumentou em percentuais elevadíssimos o imposto.

O PMDB perdeu o comando de Campo Grande e, alegando se tratar de promessa de campanha de Bernal, os vereadores congelaram o imposto para 2013. Bernal, por sua vez, só deu reajuste da inflação agora em 2014, o que nem passou pela Câmara. Agora, os mesmos vereadores que defendiam o congelamento do IPTU, querem recuperar o benefício dado ao contribuinte.

“É como se desse um presente para você e tomasse de volta”, declarou o vereador Carlão (PSB). Contudo, apesar de não concordar, ele deve votar com a base do prefeito, alegando que o Município não conseguirá sobreviver. Já o vereador Paulo Siufi (PMDB), que defende reajuste de até 15%, alega que Bernal cometeu um erro ao acreditar que era possível abrir mão do IPTU, o que prejudicou a cidade, que na avaliação dele, ficou parada por um ano e três meses.

Olarte também ficou como o responsável por deixar para o munícipe um presente nada agradável: aumento de R$ 0,29 na tarifa de ônibus. No último ano da gestão, Nelsinho fez nova concessão e deu ao Consórcio Guaicurus a responsabilidade pelo transporte coletivo em Campo Grande por duas décadas. Na época, a promessa era de melhoria e até redução da tarifa de ônibus dentro de alguns anos, o que não aconteceu.

Para chegar a um reajuste de R$ 2,75, por exemplo, uma das promessas era construção de 1.000 coberturas em ponto de ônibus, o que nunca saiu do papel. Com a redução de impostos, Bernal conseguiu reduzir a tarifa a R$ 2,70, o que há muito tempo não se via em Campo Grande. Mas, agora em 2014, Olarte foi pressionado a reajustar para R$ 2,99, visto que as empresas alegaram que não conseguirão manter os ônibus rodando com o ganho referente a tarifa de R$ 2,70.

Olarte também enfrenta mudanças feitas apenas para Bernal, como a retomada da autonomia da Câmara em relação à suplementação e remanejamento. Nelsinho tinha liberdade para suplementar até 30% sem autorização da Câmara. Agora, o prefeito pouco pode fazer para mudar o orçamento. Atualmente, ele enfrenta uma polêmica na Câmara na tentativa de suplementar R$ 24,1 milhões.

O novo prefeito ainda fica em situação mais difícil por que sua base é responsável por boa parte da conta que ele agora tem que pagar. Recentemente, ele até disse que os problemas foram causados pelos vereadores, que rapidamente mandaram o recado, avisando que a crise ainda pode ficar maior se ele tentar responsabilizá-los pela dificuldade financeira alegada.

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