Para pesquisador, risco de surto ainda é pequeno
Após quase 50 casos de malária em seres humanos, cuja infecção ocorreu em municípios do Rio de Janeiro com grande incidência de florestas de Mata Atlântica, pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) constatarem que a variedade da doença nos casos citados, ocorridos entre 2015 e 2016, foi causado pelo mesmo parasita que costumeiramente infecta macacos.
De acordo com o o jornal O Globo, a descoberta de que a versão símia da doença pode afetar humanos despertou preocupação nas autoridades de saúde do estado do Rio de Janeiro, contando com a capital, a segunda região mais populosa do páis. Segundo Mariano Zalis, da UFRJ, um dos principais autores da descoberta, esta novidade indica que a vigilância de doenças infecciosas precisa passar por alterações, de forma que seja intensificada.
“É preciso estar sempre alerta. Não acreditamos que provocará uma epidemia agora, mas é um alerta. Esse plasmódio pode se adaptar, como outros patógenos já fizeram. Não virou epidemia porque o Plasmodium simium parece pouco competente para infectar o ser humano. E ele causa uma infecção mais branda”, relatou o cientista.
Malária
Desde 1968 a malária, uma das principais doenças infecciosas do século XX, teve seu ciclo de transmissão interrompido. Atualmente, no Brasil, 99,5% dos casos ocorrem na região amazônica e são causadas por outro agente infeccioso, o Plasmodium vivax. As infecções ocorridas no RJ, no entanto, foram causadas pelo Plasmodium simium. Dos casos no Rio de Janeiro, em 2015 foram 33, e 16 em 2016, todos em áreas florestais