Após morte de macacos em MS, aumenta procura por vacina contra febre amarela
População está recebendo orientação nas unidades de saúde
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População está recebendo orientação nas unidades de saúde
As notícias de que o Brasil está passando pelo pior surto de febre amarela em 14 anos preocupou a população, que mesmo debaixo de chuva, procurou as unidades de saúde de Campo Grande para colocar a imunização em dia ou, ao menos, saber se precisavam. O gerente da UBS (Unidade Básica de Saúde) Tiradentes, Nelson Leão, explicou que aqueles que já tomaram as duas doses estão imunizados, mas os que não lembram se receberam as duas doses estão tomando a vacina.
A fila de aproximadamente 30 pessoas, formada no UBS Tiradentes, não diminuia mesmo com a vacinação ocorrendo agilmente. O funcionário público Elso Correa de Souza, de 52 anos disse que a segunda dose está programada apenas para 2018, mas mesmo com a chuva que caía, preferiu ir ao posto para verificar se já poderia tomar o reforço.
“Vi as notícias de que as vacinas estão disponíveis então eu vim. Já encontraram macacos em Aparecida do Taboado com febre amarela”, enfatiza Elso, referindo-se à informação da suspeita de que os quatro macacos encontrados mortos no município, que fica a 457 quilômetros de Campo Grande, seriam portadores da doença.
Muitos não sabem se estão em dia com a vacina e foram ao posto para saber se precisavam do reforço. Como é o caso do gráfico Lindomar Silva Souza, de 47 anos. “Vou ver se preciso tomar, sei que vence depois de 10 anos”. A professora Nilzemar Gomes de França, 47 anos, também foi verificar se precisava da proteção e levou o filho de 21 anos. “Já trouxe meu filho de 13 anos no início da semana”, relata.
Segundo o gerente da UBS Tiradentes, muitas pessoas não lembram se ou quando tomaram e não há registro no sistema. Estas estão recebendo a proteção por precaução, porém aqueles que já tomaram as duas doses da vacina já estão imunizados. “Estamos orientando as pessoas e verificando as carteirinhas de vacinação. Se não tem registro, é melhor dar a vacina, pois não há problemas se tomar novamente”, explica Nelson Leão.
Como é o caso do cantor Thiago de Almeida, 27 anos, que não lembra se já foi imunizado. “Nem sei se já tomei a vacina e como viajo bastante para o interior do estado é melhor tomar”.
A dona de casa Norma dos Santos Trevisan, 54 anos, e a sua filha, a professora Renata dos Santos Trevisan, 32 anos, estavam com a vacina vencida e o surto da doença causou preocupação. “Às vezes a gente só procura quando a coisa está feia”, diz Norma. “Vou viajar para o Rio de Janeiro, que é mais próximo a Minas Gerais, então achei melhor colocar a vacina em dia. Estou avisando os conhecidos, principalmente os amigos que vão viajar comigo para vacinarem-se também”, destaca Renata.
Febre Amarela no MS
Conforme dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde), em Mato Grosso do Sul forma registrados apenas dois casos com óbito causado pela febre amarela. Um deles aconteceu em 2010, em Corumbá, município 444 quilômetros distante de Campo Grande e o outro em Bonito, a 300 quilômetros da capital, em 2015. Entretanto a SES enfatiza que foram casos importados, ou seja, a doença foi contraída fora do Estado.
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informa que desde 2010 houve 6 casos de febre amarela foram notificados em Campo Grande, porém todos foram descartados.
Imunização
Tanto a Sesau como a SES informam que, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) apenas uma dose da vacina já é suficiente para a proteção por toda a vida. No entanto, como medida adicional de proteção, o Ministério da Saúde definiu a manutenção do esquema de duas doses da vacina febre amarela no Calendário Nacional.
Conforme o Calendário Nacional a primeira dose é administrada à crianças aos 9 meses, com reforço aos 4 anos de idade. Adultos que não lembram ou não sabem se já tomaram a vacina, recebem uma dose e tomam o reforço após 10 anos.
A Sesau informa em nota que a rede municipal de saúde conta com 15 mil vacinas de febre amarela em estoque. Conforme divulgado, a quantia é suficiente para atender a demanda. Além disso, em fevereiro chegam mais 10 mil doses, que foram solicitadas ao Ministério da Saúde.
Ainda de acordo com a Sesau, a capital conta com 62 pontos de vacinação, entre as Unidades Básicas de Saúde, Unidades Básicas da Saúde da Família e Centros Regionais de Saúde. Para receber a dose, interessados devem procurar qualquer uma das unidades das 7h30 às 11h30 ou das 13h às 17h munidos da carteirinha de vacinação e ou cartão SUS.
* Colaborou: Anny Malagolini
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