Zika: gestantes mudam rotina e gastam até R$ 1 mil com repelentes

Em 2015 foram seis confirmações da doença em CG

A relação dos casos de microcefalia com o Zika Vírus tem causado neurose entre as gestantes, que alteram suas rotinas e chegam a gastar até R$ 1 mil em repelentes. A designer de interiores Tarcíla Bovoline, de 32 anos, que está no sétimo mês de gestação, contou que na sua casa todas as janelas foram adaptadas com telas e as tomadas, ocupadas por aparelhos que expelem veneno a todo tempo.

A paranoia da gestante é tanta, que ela até precisou colocar um mosquiteiro na cama para dormir mais a vontade. “Eu deixei de fazer muitas coisas. Minha rotina agora é de casa para o trabalho. Toda a minha preocupação não me deixa aproveitar a gravidez como eu queria, porque a todo momento você acha que está sendo picada, isso deixa a gente neurótica”, disse a futura mamãe ao destacar que passa repelente pelo menos quatro vezes por dia e já gastou mais de R$ 1 mil reais só com isso. “Eu gasto um tubo de 100 ml que custa R$ 60 por semana desde de novembro quando repercutiu a situação”.

A estudante assume o exagero durante a prevenção e afirma que ignora até mesmo as indicações que aparecem no tubo do repelente. “Lá está que protege por 10 horas, mas não confio, passo a todo momento mesmo”.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou nota reforçando que não há, dentro das normas da Agência, qualquer impedimento para a utilização destes produtos por mulheres grávidas, desde que estejam devidamente registrados na Anvisa e que sejam seguidas as instruções de uso descritas no rótulo.

Já o Ministério da Saúde destacou que as medidas para prevenir as picadas do mosquito precisam ser reforçadas. Por isso, as gestantes devem manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e repelentes indicados para o período da gestação.  Além disso, evitar contato com pessoas com febre, manchas vermelhas (exantemas) ou infecções.

Em Mato Grosso do Sul três casos de microcefalia estão sendo investigados pela associação ao vírus da Zika. As informações são do último boletim, divulgado na quarta-feira (2). Na capital, segundo secretaria de saúde, seis casos de Zika Vírus foram confirmados no ano passado.

O Ministério da Saúde e os estados ainda investigam 3.670 casos suspeitos de microcefalia em todo o país.