Pesquisadores dos EUA criam tipo de insulina artificial inteligente

A substância funciona quando o nível de glicose no sangue está alto

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A substância funciona quando o nível de glicose no sangue está alto

Nem demais nem de menos. A medida exata. Essa é a regra para a administração de qualquer substância a um paciente. Em muitos casos, um erro mínimo pode ocasionar grande perda à saúde. Para diabéticos que dependem da insulina artificial, o desafio é constante. A quantidade de alimento ingerido, o tipo de comida e, às vezes, até mesmo as emoções moldam uma exigência diferenciada do hormônio vital. Uma possível resolução para esse problema pode estar a caminho. Pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, publicaram hoje um artigo na revista científica PNAS que descreve os primeiros experimentos bem-sucedidos com uma insulina inteligente, só ativada quando os níveis de açúcar estão altos.

Em um organismo normal, a quebra do carboidrato e de açúcares durante a digestão resulta no aumento da concentração de glicose no sangue. Percebendo isso, o pâncreas é requisitado a secretar a insulina. Esse hormônio tem a atuação voltada para a absorção da glicose pelas células do fígado, dos músculos esqueléticos e do tecido adiposo, diminuindo a concentração dela. A redução retira o estímulo inicial e resulta na consequente baixa do hormônio na corrente sanguínea. Esse equilíbrio é o principal desafio para o diabético, que não tem controle da quantidade de hormônio produzido ou mesmo da efetividade dele. A injeção de uma forma artificial de insulina não garante o balanço original entre hormônio e glicose, o que torna o diabético altamente suscetível a ter muita ou pouca insulina.

O hormônio criado pelo time dos professores de bioquímica Danny Chou, Matthew Weber e Benjamin Tang foi modificado em laboratório e nomeado Ins-PBA-F. Uma insulina sensível à glicose eliminaria a necessidade de aumentos adicionais do hormônio e reduziria os perigos que surgem com a administração inadequada. A Ins-PBA-F é diferente dos outros tipos de insulinas inteligentes criadas porque é uma modificação química diretamente da insulina natural. As propostas anteriores desse tipo de medicamento normalmente incorporam uma barreira à base de proteínas, como um gel ou um revestimento, que inibe o hormônio quando o açúcar no sangue é baixo. No entanto, esses componentes de base biológica são frequentemente fontes de problemas, provocando efeitos secundários indesejáveis e até de resposta imunitária.

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