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Publieditorial

A regulamentação do jogo online está mudando a indústria do pôquer no Brasil

O Brasil entrou em 2025 com 35 operadoras já detentoras de licença definitiva para jogos online, um grande salto em relação às 14 autorizações iniciais concedidas pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) no fim de 2024.
Júlio Brandão -
Fonte: Pexels

A expansão, sacramentada no Diário Oficial de 11 de fevereiro, consolida a fase de implantação plena da Lei 14.790/2023 e projeta um mercado de apostas regulado que deve movimentar cifras bilionárias nos próximos anos. Quem acompanha o setor percebe a mudança no comportamento do jogador.

Depois do avanço da regulação, cresceu a procura por sites que permitam testar mesas ou slots sem risco de . Por isso não surpreende que muitos jogadores busquem um cassino com bônus sem depósito antes de apostar dinheiro real, estratégia comum entre iniciantes que desejam sentir a usabilidade de uma plataforma segura e devidamente licenciada.

Mas o caminho até aqui foi tortuoso. A Lei 13.756/2018 liberou apostas esportivas de quota fixa, mas empurrou o iGaming para um limbo jurídico. Cinco anos depois, o Congresso resgatou a discussão e aprovou o Projeto 3.626/2023, incorporado na Lei 14.790, marco que finalmente incluiu pôquer, slots e roletas na moldura regulatória.

O texto fixou outorga de R$ 30 milhões por licença e alíquota básica de 12% sobre a receita bruta de jogos, com vigência de cinco anos renováveis. Os primeiros licenciados concentram‑se em apostas esportivas, mas a porta está aberta para o pôquer. Das 35 companhias autorizadas, 21 receberam o selo definitivo em fevereiro.

Juntas, elas já pagaram R$ 2,1 bilhões em taxas de licenciamento, segundo a própria SPA. O órgão também estima que outras três dezenas de operadoras, ainda em análise técnica, completem o rol até o fim do segundo semestre. E muitas delas tem o pôquer como principal produto.

O interesse do público em pôquer é tangível nos feltros ao vivo. O BSOP Millions 2024, disputado em São Paulo, bateu recorde com 26.408 inscrições em 90 torneios e distribuiu R$ 95 milhões em prêmios, números que reforçam o apetite do brasileiro pelo esporte da mente e alimentam a expectativa de migração maciça para plataformas licenciadas.

De olho nessa audiência, a Receita Federal já sentiu o impacto fiscal. Apenas nos cinco primeiros meses de 2025, a arrecadação com tributos sobre as bets chegou a R$ 3,026 bilhões. O governo pretende elevar a alíquota do GGR de 12% para 18% ainda este ano, medida que enfrenta resistência, mas ilustra o peso econômico do segmento.

Além da tributação direta, as outorgas ajudam a reforçar o caixa público, só as licenças já emitidas garantiram R$ 2,1 bilhões de entrada imediata, valor que tende a dobrar quando o quadro de concessões estiver completo. Para o Tesouro, trata‑se de uma nova fonte de receita estável em tempos de ajuste fiscal. A regulação também avança sobre a publicidade.

Em maio de 2025, o Senado aprovou projeto que proíbe o uso de atletas, artistas e influenciadores em campanhas de apostas, além de restringir bonificações agressivas. A votação ocorreu sob forte pressão da CPI das Bets, cujo relatório, entregue pela senadora Soraya Thronicke, recomenda medidas duras contra marketing abusivo e .

Do lado do consumidor, estudos citados pela IBJR + LCA Consultores indicam que entre 41% e 51% do volume apostado ainda flui para plataformas não autorizadas, mas a expectativa é de queda rápida conforme novas licenças trazem confiança, métodos de pagamento locais e promoções legais.

A combinação de arrecadação bilionária, proteção ao usuário e calendário completo de eventos coloca o pôquer brasileiro diante de um ponto de inflexão. Se o cronograma regulatório mantiver o ritmo, o país tem tudo para se tornar um dos maiores mercados licenciados do mundo, unindo paixão nacional, segurança jurídica e incentivos econômicos em mesa cheia para jogadores, operadores e cofres públicos.

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