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Matemática e Linguagem: Uma Abordagem Individualizada em Ambientes Bilíngues

A matemática, muitas vezes considerada uma linguagem universal, é profundamente influenciada pela linguagem de instrução (LI) utilizada em seu ensino.
Júlio Brandão -
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A matemática, muitas vezes considerada uma linguagem universal, é profundamente influenciada pela linguagem de instrução (LI) utilizada em seu ensino. Essa relação se torna ainda mais complexa em ambientes bilíngues, onde a língua materna (LM) dos alunos pode diferir da LI. O professor Bartolomeu Gusmão Junior, um matemático experiente com mais de 19 anos de experiência em ensino, enfatiza a importância de considerar as individualidades dos alunos no processo de ensino-aprendizagem, especialmente em contextos bilíngues. Ele defende que “o desenvolvimento do processo cognitivo e a aquisição de atitudes” são cruciais para que os alunos desenvolvam “a criatividade e a resolução de problemas, criando hábitos de pesquisa e confiança para enfrentar novas situações e formar uma visão ampla e científica da realidade.”

Aprendizado Integrado de Conteúdo e Linguagem (CLIL)

O Aprendizado Integrado de Conteúdo e Linguagem (CLIL) desponta como uma metodologia promissora para o ensino de matemática em contextos bilíngues, com o potencial de revolucionar a forma como os alunos aprendem matemática e desenvolvem proficiência em uma segunda língua (L2). Um estudo recente investigou a relação entre a língua de instrução (LI) e a resolução de problemas matemáticos em alunos do ensino fundamental bilíngue, utilizando a abordagem CLIL, e os resultados são promissores.

Impacto da Linguagem de Instrução

O estudo revelou que a LI exerce um impacto significativo na resolução de problemas matemáticos, independentemente da língua específica (espanhol ou inglês) e do ano escolar. Alunos cuja língua materna (LM) difere da LI demonstraram padrões de resolução semelhantes, sugerindo que a LI influencia a compreensão, o planejamento e a execução de problemas matemáticos.

A língua de instrução é fundamental para a compreensão e resolução de problemas matemáticos. Se a língua materna do aluno difere da língua de instrução, é crucial que o professor esteja atento às suas necessidades e ofereça suporte adequado para garantir que ele possa acompanhar o conteúdo e desenvolver suas habilidades matemáticas.”. Acrescenta o professor Bartolomeu, com vasta experiencia na área da educação e especialista em matemática.

Desenvolvimento de Recursos Didáticos Bilíngues

Para garantir que todos os alunos, independentemente de sua LM, tenham a oportunidade de alcançar o sucesso em matemática em ambientes bilíngues, o desenvolvimento de recursos didáticos bilíngues adaptados às necessidades específicas de cada grupo de alunos é fundamental. Esses recursos devem abordar o vocabulário matemático específico de cada língua, utilizar representações visuais e atividades práticas e, se possível, incorporar ferramentas tecnológicas interativas.

Professor Gusmão Junior: “Materiais didáticos que explorem diferentes formas de representação e comunicação matemática, como gráficos, diagramas e jogos interativos, são essenciais para tornar o aprendizado mais envolvente e significativo para os alunos. Além disso, é importante que esses materiais sejam adaptados às necessidades linguísticas e culturais de cada grupo de alunos, para que todos possam se beneficiar do aprendizado.”

A abordagem CLIL e o desenvolvimento de recursos didáticos bilíngues personalizados representam um passo importante para garantir que todos os alunos, independentemente de sua LM, tenham acesso a um ensino de matemática de qualidade em ambientes bilíngues. Ao combinar o aprendizado de conteúdo com o desenvolvimento da proficiência em L2, o CLIL oferece uma oportunidade única para os alunos expandirem seus horizontes e se prepararem para um futuro globalizado.

Recomendações para o Ensino de Matemática em Ambientes Bilíngues

O professor Gusmão Junior destaca a importância de estratégias de ensino que levem em conta as particularidades dos alunos bilíngues. A utilização de técnicas como a mudança de código (alternância entre as línguas) e o ensino sistemático de vocabulário matemático em ambas as línguas podem ser eficazes no apoio aos alunos bilíngues na sala de aula de matemática. Ele ressalta que “a linguagem oral, escrita e gráfica” são ferramentas essenciais para a comunicação matemática e devem ser exploradas de forma integrada no ensino.

Conclusão

Em suma, a matemática transcende as barreiras linguísticas, mas a linguagem de instrução desempenha um papel fundamental na forma como os alunos a compreendem e aplicam. Em ambientes bilíngues, essa relação se torna ainda mais complexa e requer uma abordagem individualizada que considere as necessidades e o desenvolvimento cognitivo de cada aluno.

O professor Bartolomeu Gusmão Junior, com sua vasta experiência em ensino de matemática, defende a importância de cultivar não apenas o conhecimento matemático, mas também habilidades como criatividade, resolução de problemas e pensamento crítico. Para ele, a matemática é mais do que números e fórmulas; é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento cognitivo e a formação de cidadãos capazes de enfrentar os desafios do mundo moderno.

Em contextos bilíngues, a abordagem CLIL oferece uma oportunidade única de integrar o aprendizado de conteúdo e linguagem, promovendo a proficiência em uma segunda língua enquanto desenvolve habilidades matemáticas. No entanto, é crucial que os educadores estejam atentos ao impacto da linguagem de instrução na compreensão dos alunos e adaptem suas estratégias de ensino para atender às necessidades individuais de cada aluno.

O desenvolvimento de recursos didáticos bilíngues que explorem diferentes formas de representação e comunicação matemática, juntamente com a utilização de técnicas como a mudança de código e o ensino sistemático de vocabulário, pode criar um ambiente de aprendizado mais inclusivo e eficaz. Além disso, a tecnologia pode ser uma aliada poderosa, oferecendo ferramentas interativas que enriquecem a experiência de aprendizagem e promovem a participação ativa dos alunos.

Em última análise, o ensino de matemática em ambientes bilíngues exige uma abordagem holística que reconheça a interconexão entre linguagem, cultura e cognição. Ao adotar uma perspectiva individualizada e utilizar recursos e estratégias adequadas, os educadores podem capacitar todos os alunos a alcançar o sucesso em matemática, independentemente de sua língua materna. A matemática, como uma linguagem universal, tem o potencial de unir pessoas de diferentes origens linguísticas e culturais, e o ensino bilíngue pode ser a chave para desbloquear esse potencial.

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