Anitta viu sua base de seguidores no Instagram diminuir em mais de 200 mil na última segunda-feira (13) após compartilhar algumas imagens de sua prática no candomblé – junto da divulgação de um novo clipe intitulado “Aceita”. 

O clipe, parte do seu novo álbum intitulado “Funk Generation”, foi lançado na quarta-feira, 15 de maio. Na legenda da postagem, a cantora também adiantou detalhes sobre o enredo da Unidos da Tijuca para o Carnaval de 2025, focado no orixá Longun Edé.

Após a repercussão da postagem, em transmissão ao vivo, a cantora disse que perdeu mais de 200 mil seguidores no Instagram após compartilhar sua prática religiosa nas redes sociais. 

Além disso, Anitta afirmou que não vai apagar os comentários com intolerância religiosa. “Eu acho importante manter lá para as pessoas verem que existe, que tá aí (a intolerância), e que precisa ser combatido”, disse. “Ninguém é obrigado a me seguir ou a gostar de mim, mas é preciso ter respeito.” complementou.

Desabafo após intolerância religiosa

No final de 2021, Anitta também enfrentou uma outra onda de ataques na internet após compartilhar uma foto ao lado de seu pai de santo, Sérgio Pina, e declarar sua fé no candomblé. 

Diante dos comentários negativos, a cantora utilizou sua conta no Instagram (que hoje conta com mais de 64.9 milhões de seguidores) para se pronunciar: “Bom dia sem filtro, muita gente falando m*rda, hein. Muita gente falando m*rda”, disse, acompanhando suas palavras com um áudio viral da atriz Katiuscia Canoro.

Na mesma postagem, Anitta também expressou seu apreço pelo áudio: “Eu amo esse áudio, passa para o lado para ver outra coisa que amo”. Em seguida, compartilhou uma foto no terreiro que frequenta há oito anos, ao lado de seu pai, Mauro Machado, seu irmão, Renan Machado, e Sérgio, que é reconhecido como um Ekedi em sua religião.

Apesar de ter sido alvo de comentários negativos, como “Essa está carregada, por isso essa fama toda”, “Está explicando de onde vem o sucesso dela” e “Nunca foi sorte, sempre foi macumba”, Anitta tem se posicionado como ativista na luta contra a intolerância religiosa já há alguns anos.

Como foi descoberto o número de unfollows?

A cantora, primeiramente, afirmou em vídeo que havia perdido 100 mil seguidores em 5h, e na sequência, corrigiu os números afirmando que o total chegou a 200 mil. 

No entanto, há algumas ferramentas especializadas em monitoramento social que permitem entender as atividades de contas populares no Instagram. 

O Snoopreport, por exemplo, oferece uma análise abrangente das interações de contas públicas, revelando detalhes como postagens curtidas e novos seguidores.

No caso de Anitta, a ferramenta pode fornecer insights valiosos sobre como sua base de fãs reage a determinadas ações. 

Com a mais recente atualização, a plataforma agora utiliza AI (inteligência artificial) para fornecer um ‘Resumo Analítico’ detalhado dos perfis monitorados. 

Isso inclui informações sobre interesses, perfil psicológico, renda, educação e muito mais, oferecendo uma visão completa de cada usuário alvo.

legenda: alguns dos dados que compõem o resumo analítico

Além disso, a plataforma sugere tópicos para iniciar conversas e destaca os lugares favoritos de cada pessoa, tornando mais fácil encontrar pontos em comum e iniciar interações mais assertivas. 

Se você deseja convidar alguém para um date, pode descobrir seus interesses específicos e os locais que ele/ela prefere ir. Caso esteja monitorando a conta dos seus filhos, o resumo analítico permite que você entenda melhor como passar seu tempo com quem você tanto ama. 

legenda: perfis que Anitta deixou de seguir em determinada semana

Para aqueles interessados em experimentar o serviço, o Snoopreport oferece uma assinatura acessível, permitindo que os curiosos explorem suas funcionalidades e compreendam suas aplicações – seja para entender estratégias de marketing ou para acompanhar tendências no universo das celebridades.

Anitta já revelou no passado por que deixou a Igreja Católica

A cantora abriu o jogo sobre sua vida pessoal e trajetória profissional em uma entrevista à revista americana ‘Harper’s BAZAAR’, em maio do ano passado. 

Durante a conversa, a brasileira compartilhou sua jornada espiritual, revelando os motivos que a levaram a deixar a Igreja Católica.

Desde os 7 anos de idade, Anitta já estava envolvida com a música na igreja, ao lado de seu avô, que tocava piano.

No entanto, sua relação com a religião começou a se desgastar quando um padre foi expulso por homenagear “a cultura negra e a religião negra” durante o Dia da Consciência Negra. “Isso me deixou muito frustrada, e eu não queria mais participar”, compartilhou Anitta.

Assim, após se distanciar da Igreja Católica, Anitta encontrou refúgio no candomblé, a religião de seu pai.

  • Em suas palavras: “Quando vem das comunidades pobres, as pessoas veem isso como algo negativo. Quando vem dos negros, dos índios, dos asiáticos, de todas as pessoas que enfrentam o racismo, eu acho que essas religiões sofrem ainda mais.”

Qual é a origem do candomblé no Brasil?

O candomblé foi trazido para o Brasil pelos africanos que foram trazidos como escravos da África.

Esses africanos compreendiam, principalmente, dois grupos distintos: os bantos, originários de regiões como Congo, Angola e Moçambique, e os sudaneses, provenientes de lugares como Nigéria e Benin, que incluíam os iorubás (ou nagôs) e os jejes.

Enquanto o catolicismo era a religião oficial trazida pelos colonizadores brancos de origem portuguesa, o candomblé, uma prática religiosa africana que se adaptou no contexto brasileiro, era frequentemente associado à bruxaria e por isso marginalizada.

As autoridades policiais reprimiam ativamente a prática do candomblé, forçando os africanos escravizados a adorar suas divindades e seguir seus rituais religiosos em segredo. Como forma de camuflagem, eles associavam suas divindades aos santos da religião católica.

Por exemplo, ao rezarem para Santa Bárbara, estavam na verdade venerando Iansã, e ao dirigirem suas preces a Nossa Senhora da Conceição, estavam se dirigindo a Iemanjá. Esse processo de mesclagem de crenças foi denominado sincretismo religioso.

Famosos que também fazem parte do candomblé 

Além de Anitta, diversas personalidades famosas também fazem parte do candomblé, ampliando sua representatividade na esfera pública. 

Entre elas, destacam-se figuras como a cantora e atriz Luedji Luna, que possui músicas sobre o tributo vibrante à cultura afro-brasileira e suas profundas raízes no candomblé.

O ator Lázaro Ramos, que também declara abertamente sua fé e vínculo espiritual com essa religião de matriz africana, contribuindo para desmistificar preconceitos e promover uma compreensão mais ampla sobre suas práticas e valores.

Por fim, a cantora Margareth Menezes, que não apenas pratica o candomblé, mas o integra de forma autêntica em sua música, enaltecendo as tradições e os ritmos afro-brasileiros em suas performances, fortalecendo assim a conexão entre arte, cultura e espiritualidade.