Produtores rurais de Mato Grosso do Sul demonstram preocupação com o risco de desabamento da ponte sobre o Córrego Baixadão na rodovia MS-142, no km 59,6, entre o Distrito do Areado e Jauru. O Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste encaminhou um ofício à Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), há mais de dois meses, cobrando medidas urgentes para impedir que a estrutura cause danos, mas não obteve reposta da pasta.
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Segundo o documento, a MS-142 é uma rodovia com alto fluxo de veículos e caminhões de carga. O deslizamento de uma das cabeceiras tem colocado em risco vidas humanas, diante da possibilidade de acidentes e danos materiais.
A ponte é responsável por escoar parte da produção agropecuária da região e pelo transporte de alunos que estudam no Distrito Areado. Inclusive, o ofício alerta que a situação coloca em xeque o retorno às aulas dos estudantes.
A obra foi anunciada pelo Governo do Estado, em dezembro de 2021, pelo valor inicial de R$ 2,5 milhões (R$ 2.518.054,39), com prazo de execução de 120 dias para a construção de uma ponte de concreto armado com 30 metros de comprimento e 10 metros de largura. Porém, consulta ao DOE (Diário Oficial do Estado) aponta que o Contrato N° 0230/2021/AGESUL recebeu cinco aditivos e passou para o valor total de R$ 3,18 milhões (R$ 3.189.514,96).
Imagens gravadas na última segunda-feira (10) no local mostram parte dos estragos na estrutura. Informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) apontam que São Gabriel do Oeste, a 137 km de Campo Grande, recebeu 17,4 mm de chuva, o 76º maior volume do país neste dia.
Parte da ponte caiu
Um produtor rural, que preferiu não se identificar, explicou que há dois meses começou um processo erosivo nas laterais da ponte por falta de contenção das águas. Parte desta estrutura cedeu e metade da pista foi interditada com cones de sinalização.
“Por lá passam ônibus com crianças que estudam no Distrito do Areado e diversos produtores rurais. O risco de acidente é muito grande. A estrutura da ponte está se deslocando. Isso está fazendo mais de 2 meses e não houve nenhuma providência. A Agesul foi lá e colocou terra sobre a ponte e esses cones e nunca mais voltaram A obra não tem 02 anos”, reclama o produtor rural.
O Sindicato ainda aponta que, pela análise de algumas fotos e vídeos, há a possibilidade de um rebojamento das águas na parte da ponte. Diante deste cenário, a entidade pede à Agesul um estudo detalhado de quais as providências técnicas deverão ser tomadas para que esses problemas sejam sanados de forma definitiva para evitar reincidências que possam colocar em risco a vida das pessoas.
Conforme o presidente do Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste, Renê Miranda Alves, a entidade não recebeu nenhuma resposta oficial da Agesul sobre o pedido datado de 30 de dezembro de 2024.
“A nossa preocupação era justamente essa que, quando nós comunicamos, não tinha transporte escolar, então era fácil de você interditar a estrada para fazer alguma correção mais pontual. Agora fica mais complicado porque ele todo dia transita carga e aluno”, alerta.
O que diz a Agesul?
O Midiamax entrou em contato com a Agesul para perguntar quais medidas serão tomadas sobre o tema e qual o prazo de execução. A reportagem também questionou qual foi o valor total da obra. Em resposta, a agência estadual informou apenas que “o projeto está em fase de desenvolvimento para solucionar o problema no local”.
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