O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump (Partido Republicano), assinou na tarde desta quarta-feira (30) — horário oficial de Mato Grosso do Sul —, decreto que confirma a taxação de 50% sobre importação de produtos brasileiros. Conforme o texto, a taxa passa a valer em 6 de agosto.
De acordo com comunicado oficial da Casa Branca, “as ações recentes do governo do Brasil ameaçam a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos. Membros do Governo do Brasil tomaram medidas que interferem na economia dos Estados Unidos, infringem os direitos de livre expressão de cidadãos dos Estados Unidos, violam os direitos humanos e minam o interesse dos Estados Unidos em proteger seus cidadãos e empresas. Membros do Governo do Brasil também estão perseguindo politicamente um ex-presidente do Brasil, o que está contribuindo para o colapso deliberado do Estado de Direito no Brasil, para a intimidação politicamente motivada naquele país e para abusos de direitos humanos”.
Como exemplo, o decreto assinado por Trump cita o ministro do STF, Alexandre de Moraes, alegando que o magistrado teria abusado da autoridade judicial para “atingir oponentes políticos, proteger aliados corruptos e suprimir dissidências”.
Ainda, Trump declara emergência nacional: “Concluo que o escopo e a gravidade das políticas, práticas e ações recentes do Governo do Brasil constituem uma ameaça incomum e extraordinária, que tem sua origem total ou substancialmente fora dos Estados Unidos, à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos e, por meio deste, declaro emergência nacional com relação a essa ameaça”.
Missão oficial com senadores de Mato Grosso do Sul
Também nesta quarta-feira encerrou-se a missão oficial de comitiva de senadores brasileiros, incluindo o presidente da missão, Nelsinho Trad (PSD-MS), e Tereza Cristina (PP-MS).
O grupo esteve nos EUA para abrir caminhos diplomáticos e tentar adiar o início do tarifaço. Em relação aos resultados obtidos na viagem, confira nota oficial do grupo sobre o tarifaço:
“A missão oficial do Senado Federal brasileiro aos Estados Unidos exerce uma função institucional e suprapartidária, com foco na reaproximação parlamentar com o Congresso americano e na busca de alternativas para barrar os impactos econômicos da tarifa de 50% anunciada ao Brasil.
Todas as agendas da delegação foram voltadas à reconstrução do diálogo político entre os dois Parlamentos e à defesa dos interesses estratégicos do país em meio ao agravamento das tensões comerciais. A programação foi inteiramente voltada ao campo da diplomacia parlamentar”.
EUA é segundo maior comprador de MS

Em Mato Grosso do Sul, as exportações aos EUA representam 5,97% do total, sendo o segundo maior importador de produtos do Estado.
No entanto, já diante do anúncio da sobretarifa de 40% a importações brasileiras, indústrias e produtores de MS já buscaram outras alternativas.
No início do mês, os frigoríficos sul-mato-grossenses já haviam suspendido as exportações ao país de Trump. Vale ressaltar que carne é um dos principais produtos comprados pelos EUA do Brasil — e de MS.
Contudo, frigoríficos do Estado não registram redução na produção e seguem vendendo para o mercado interno e externo, conforme o vice-presidente do Sincadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul), Alberto Sérgio Capucci.
Mato Grosso do Sul exportou 282,2 mil toneladas de carne bovina em 2024, o que representa US$ 1,2 bilhão ou R$ 7,1 bilhões. Deste total, 49,6 mil toneladas foram destinadas aos Estados Unidos, ou seja, 17,6% da exportação total do ano passado. Em dinheiro, MS enviou R$ 1,3 bilhão (ou US$ 235 milhões) de carne bovina ao país norte-americano nesse período.
Outros itens exportados por MS aos EUA que podem ser afetados pelo tarifaço são: açúcar, celulose e soja.
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