Foragido há nove meses, o despachante David Cloky Hoffaman Chita teve pedido de revogação de prisão preventiva negado pela 6ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ele é réu em duas ações penais por fraudes ao Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de MS) e está foragido desde 12 de junho de 2024, quando a polícia não o encontrou para cumprir mandado de prisão.
Conforme consta no Banco Nacional de Mandados de Prisão, mantido pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), a ordem para prender David, expedida em 29 de maio de 2024 pela juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, continua em aberto. Ele é acusado pelos crimes de “receber vantagem indevida”, “apropriar-se de dinheiro recebido por outro em razão do cargo” e “organização criminosa”.
Agora, fica cada vez mais difícil Chita conseguir se livrar do mandado de prisão, já que o julgamento colegiado do Tribunal Superior é um dos últimos recursos do judiciário. A defesa do despachante já teve pedidos negados por juiz de 1º grau e do TJMS.
A servidora que atuava na corregedoria do Detran-MS – e continua atuando no órgão -, Yasmin Osório Cabral, ajudava Chita a repassar dados sigilosos do sistema do departamento. Ela chegou a ser presa pela participação nas fraudes, mas conseguiu prisão em regime domiciliar com tornozeleira por estar grávida.
Fugiu dois meses antes de operação policial
Conforme investigação policial, o esquema era comandado pelo despachante David Cloky Hoffaman Chita, que está foragido, em conluio com a servidora comissionada do Detran-MS, Yasmin Osório Cabral, presa na noite de sábado (6) – ela também está suspensa das funções por seis meses.
Conforme a polícia, a servidora obtinha clandestinamente senha de outros servidores, acessava o sistema e identificava caminhões com restrições. Então, passava informações para o despachante David Cloky Hoffaman Chita, que exigia o pagamento de R$ 10 mil dos proprietários para liberar os veículos.
Assim, ao receber os valores, a servidora liberava as restrições no sistema e o despachante baixava a documentação. Ao menos 200 veículos liberados irregularmente pelo grupo estão identificados.
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Despachante é réu por outra fraude no Detran-MS

Conhecido das autoridades por práticas de fraudes ao sistema do Detran-MS, David também se tornou réu em investigações decorrentes da Operação Miríade. Também viraram réus Genis Garcia Barbosa, Eufrásio Ojeda e Abner Aguiar Fabre.
A operação, deflagrada em junho de 2023, desmantelou esquema de fraudes no Detran-MS. O esquema era basicamente esquentar documentação de veículos com restrições, em procedimentos que incluíam até vistorias fakes, para torná-los aptos a comercialização.
Já o HC negado pela Justiça trata sobre o mandado de prisão expedido em 29 de maio, pela juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, enquadra David nos seguintes crimes: enriquecimento ilícito, peculato e associação criminosa.
Durante tentativa de policiais do Dracco em cumprir o mandado de prisão contra David, o enteado dele afirmou à equipe que o despachante e a esposa teriam viajado para um município no estado de São Paulo – que ele não soube informar qual – desde abril.
A reportagem procurou a defesa de David, que ficou de emitir nota sobre as acusações, o que não ocorreu até a publicação deste material. O espaço segue aberto para posicionamento.
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