Réu por corrupção e preso por compra de votos, ‘Frescura’ passará por audiência após ‘dar balão’ no Gaeco

Empresário escondeu celular em bunker para não ser apreendido durante operação sobre escândalo em Sidrolândia

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Frescura 'deu balão' no Gaeco durante a 3ª Fase da Operação Tromper (Reprodução)

O empresário Ueverton Macedo da Silva, o ‘Frescura’, passará por audiência de instrução e julgamento no dia 20 de março em ação a qual é réu por obstrução da Justiça, por ter escondido celular do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), durante a terceira fase da Operação Tromper, que revelou esquema de corrupção em Sidrolândia – cidade a 70 km de Campo Grande.

Além do processo por ‘dar balão’ no Gaeco, Frescura também é réu por corrupção no esquema chefiado pelo ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB). Além disso, o empresário está preso desde 25 de outubro acusado de compra de votos.

Na audiência por obstrução da Justiça, o juiz responsável, Fernando Moreira Freitas da Silva, ouvirá testemunhas e o réu, por videoconferência. A sessão serve para esclarecer todos os pontos do processo para o magistrado proferir uma sentença, que pode ocorrer ao fim da audiência ou em um momento posterior.

Gaeco não conseguiu apreender celular escondido em bunker

Réu pelos crimes de associação criminosa, fraude em licitação, violação de sigilo em licitação, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, e peculato, ‘Frescura’ revelou à equipe do Gaeco que havia criado uma espécie de bunker (compartimento secreto) em sua casa para esconder o aparelho, mas não revelou onde ficava.

Os aparelhos eram tidos como peças-chave para desmontar o esquema de corrupção no município de Sidrolândia, que era chefiado pelo vereador do PSDB, Claudinho Serra, na época que atuou como secretário de Fazenda do município.

A Operação Tromper chegou a sua terceira fase e concluiu que Serra seria o comandante da corrupção no município após flagrar mensagens e arquivos no celular de ‘Frescura’. A expectativa dos investigadores era encontrar mais indícios de outros crimes, participação de novos envolvidos e até mesmo chegar a corrupção em outros municípios.

Assim, o objetivo da apreensão seria, principalmente, a inspeção das mensagens trocadas no WhatsApp: “Importante registrar que o telefone celular, como não poderia deixar de ser, continha farto material de interesse da investigação, em especial no aplicativo Whatsapp, até mesmo porque era utilizado pelo denunciado UEVERTON DA SILVA MACEDO para se comunicar com os demais integrantes da organização criminosa para arquitetar os ilícitos perpetrados no âmbito do Município de Sidrolândia”, diz o Gaeco.

À reportagem do Jornal Midiamax, Ueverton confirmou que não entregou o celular, mas negou que possua um compartimento secreto em sua residência.

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi questionado pela reportagem se tentou nova ordem para realizar outra busca no local e sobre quais medidas adotou para tentar apreender o aparelho. No entanto, não obtivemos resposta até esta publicação. O espaço segue aberto para manifestação.

Conforme a denúncia, o empresário atrapalhou as investigações ao esconder seu aparelho celular durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, que ocorreu no dia 3 de abril de 2024, com a deflagração da 3ª fase da Operação Tromper.

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