Após a JBS insistir ter cumprido as exigências e acabado com fedor exalado no frigorífico instalado no Nova Campo Grande, o Ministério Público rebateu os argumentos e exigiu que a gigante de alimentos providencie medidas para cessar a fedentina.
Inclusive, leitores ouvidos pela reportagem do Midiamax confirmaram que o mau cheiro persiste nos últimos dias.
O MP ingressou com ação civil pública a fim de cobrar medidas da JBS para pôr fim ao mau cheiro exalado pelo frigorífico que causa transtornos há cerca de 15 anos aos moradores da região.
Em manifestação apresentada à Justiça, a promotora de Justiça, Luz Marina Borges Maciel Pinheiro, afirma que o frigorífico não cumpriu todas as obrigações acordadas com o MP. “Este Parquet entendeu que as obrigações contidas nos itens 11 e 22 da liminar não haviam sido devidamente cumpridas, eis que as medidas levadas a efeito pela requerida eram insuficientes para tanto”.
Para a promotora, há dois pontos não cumpridos pela JBS:
- Cercar o perímetro do frigorífico com árvores para ‘absorver’ o odor: a JBS diz que realizou o plantio de mudas, mas que é necessário tempo para elas crescerem e surtirem o efeito desejado. No entanto, o MP diz ser ‘inviável’ aguardar três anos para isso, já que a situação exige “resolução célere e efetiva”.
- Apresentar relatório trimestral comprovando o bom funcionamento do novo sistema de exaustão de gases: esse é um dos pedidos feitos à Justiça.
Além disso, o MPMS também pediu a chamada ‘inversão do ônus da prova’. Ou seja, que apesar de ser o MP que entrou com a ação, que o juiz obrigue a JBS a comprovar que adotou todas as medidas e acabou com o fedor na região.
A reportagem acionou a JBS para esclarecer os questionamentos feitos pelo MP no processo, mas não obteve retorno até esta publicação. O espaço segue aberto para manifestação.
JBS insiste que adotou medidas, apesar de reclamação de moradores

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O frigorífico disse que o “MPMS apresentou impugnação à contestação, apegando-se a questões que estavam próximas de finalização, e juntou novo Relatório de Vistoria“.
É a terceira vez no decorrer do processo que o frigorífico apresenta as mesmas alegações, mesmo após o MP reforçar que nova vistoria, em maio, constatou ‘cheiro intenso’.
Então, em manifestação à Justiça, a gigante de alimentos — que teve lucro líquido de R$ 2,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — disse que adotou todas as medidas para evitar o vazamento de odores.
Para isso, disse que o fechamento das platibandas, por exemplo, foi feito após a vistoria do MP. Quanto ao cinturão de árvores em torno da indústria, para evitar cheiros, informou que as mudas estão pequenas, mas que devem crescer em dois anos.
Vale ressaltar que a JBS não aceitou firmar TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MP. No entanto, o MP ‘enrolou’ por anos e só tomou providências na Justiça após levar um ‘puxão de orelha’ do Conselhão, o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).
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