Profissionais de saúde denunciam salário atrasado e falta de remédios em Nova Alvorada do Sul
Pagamento estaria atrasado há pelo menos três meses
Dândara Genelhú –
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Salário atrasado há pelo menos três meses, atendimentos sem estrutura básica e falta de remédios. Este é o cenário denunciado por profissionais de saúde que atendem em Nova Alvorada do Sul, que cobram respostas da Prefeitura Municipal.
Ao Jornal Midiamax, denunciantes afirmam que não houve o pagamento dos serviços prestados nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2024. Os atendimentos são realizados por médicos que muitas vezes não moram no município, a 117 quilômetros de Campo Grande.
O número de profissionais que prestam serviços médicos em plantões vai de 15 a 20 no município. Oscar* relatou à reportagem que os atrasos começaram em setembro de 2024.
Naquele mês, a gestão municipal teria dito que o pagamento de setembro seria feito junto ao de outubro. “Falaram que iriam pagar o mês 9 e 10 juntos, antes de virar o ano. Não cumpriram, pagaram apenas o mês 9”, lamentou o profissional.
Então, os pedidos e acordos ‘boca a boca’ teriam começado. “Pediram para não emitir a nota, porque não teriam como pagar”, explicou o profissional.
Logo, teriam realizado reuniões com o Executivo para definir a data dos pagamentos. “Falaram que iriam pagar dia 20 de janeiro o salário de outubro e metade de novembro”, afirmou o denunciante.
O acordo seguia com previsão de pagamento da metade restante de novembro e dezembro até 20 de fevereiro. Apenas em março os subsídios dos prestadores de serviço seriam regularizados, com o pagamento do trabalho realizado no início de 2025.
Sem dinheiro para gasolina
No entanto, sem receber até esta sexta-feira (24), médicos questionam o pagamento, que não teria ocorrido. A situação inclusive teria causado problemas logísticos aos profissionais, que relataram falta de dinheiro para pernoite na cidade ou até mesmo dificuldade na condução até o local de trabalho.
Rafaela* comentou ao Midiamax que alguns colegas “dormiram na frente do hospital porque dependia do compromisso deles, não tinha dinheiro para dormir no hotel”. Outros não teriam dinheiro para gasolina e pediram passagem de ônibus para prestar o serviço.
“Atraso acontece, a gente entende, parcelamos, mas não cumpriu”, disse a profissional sobre os pagamentos.
A reportagem conta com nomes fictícios para manter o anonimato dos profissionais envolvidos. Ao Midiamax, relatam medo de represálias. “De forma indireta sempre há ameaças no hospital, falando que se o médico se manifestar nas redes sociais, não terá mais contrato”, lamentou um dos prestadores.
Falta de remédio
Além do atraso do pagamento, os profissionais relatam falta de medicamentos. “A gente vem trabalhando de dezembro a novembro sem dipirona, sem ibuprofeno”, disse Rafaela*. A falta de ambulância também foi citada pelos profissionais.
Por fim, destacam que buscam a regularização dos pagamentos. “Não tem respeito pela gente, isso que revolta. É só um direito, a gente não quer prejudicar a gestão”, afirmou outro profissional.
O que diz a gestão?
O Jornal Midiamax questionou o prefeito Paulo Paeari (PP) por meio de mensagem, devidamente documentada, sobre a denúncia. A reportagem perguntou sobre os pagamentos dos três meses citados pelos profissionais, além do prazo para regularização da situação e previsão do depósito dos serviços prestados em 2025.
Além disso, questionou a Prefeitura de Nova Alvorada do Sul sobre a situação por meio de e-mail, também documentado. Até a publicação desta matéria, nenhuma das solicitações foi atendida.
No entanto, destacamos que o espaço segue disponível para esclarecimentos e posicionamento da parte sobre a situação.
Já nas redes sociais oficiais do Executivo, o secretário de Saúde do município, Valdemar Rocha, comentou sobre as ambulâncias. No vídeo, o titular da pasta afirma que as duas ambulâncias do município estão em manutenção em Campo Grande.
“Nós já demos ordem de serviço para consertar uma delas. E eu quero esclarecer a população que nós temos outra ambulância fretada atendendo a população”, disse.
*Nomes fictícios para manter o anonimato dos denunciantes. Vale ressaltar que o sigilo de fontes jornalísticas é garantido por lei, pelo art. 5º, inciso XIV, da Constituição Federal.
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