Pular para o conteúdo
Transparência

Que teto? Romão facilita ‘indenização’ para membros do MPMS que substituem colegas

Repasses vão incidir também no 13° e férias de promotores e procuradores que já ganham salários acima do teto do funcionalismo
Vinicios Araujo -
Medida foi deliberada pelo chefe do MPMS. Foto: Saul Schramm/Arquivo

O procurador-geral de Justiça, Romão Ávila Milhan Júnior, anunciou no Diário Oficial do Ministério Público de a resolução que elimina as burocracias para acelerar o pagamento de indenizações por substituição aos membros da instituição.

Os encargos vão incidir também no 13° salário e nas férias dos promotores e procuradores, que já recebem salários bem acima do teto do funcionalismo brasileiro.

De acordo com a resolução nº 26/2025-PGJ, ficou alterada norma anterior que fixava número mínimo de 5 diárias de substituições para garantir a substituição para que o membro substituto pudesse obter a financeira pelo trabalho acumulado.

Entretanto, com a nova norma, esse pagamento pode ser obtido a qualquer tempo, em valor proporcional.

“Em caso de conversão em pecúnia, a substituição ou o exercício cumulativo por período inferior a 5 (cinco) dias ou cuja fração resulte em saldo remanescente, ensejarão no pagamento proporcional, respeitado o limite máximo previsto”, afirma o parágrafo único que trata do assunto.

A nova resolução acrescenta ainda, em seu artigo 14, que “a licença compensatória pela cumulação de acervo e a compensação pela substituição ou pelo exercício cumulativo de ofícios, cargos e/ou funções são cumuláveis entre si e com as vantagens previstas nos arts. 113, XIII e XIV, 124, 132 e 132-B da Lei Complementar Estadual nº 72/1994 e serão computadas para o cálculo da gratificação natalina e férias.”

Isso significa que, além da remuneração acima do teto do funcionalismo público, limitado ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (R$ 46.366,19), mas inflada por penduricalhos que levam as remunerações para além de R$ 100 mil a diversos membros do , as indenizações por substituição também vão incidir em custos adicionais no 13° salário e nas férias dos membros de alta patente do órgão.

A resolução já entrou em vigor a partir desta semana.

Vale lembrar que o Ministério Público de Mato Grosso do Sul encara uma crise nacional de credibilidade quando o assunto é transparência.

A instituição, pelo segundo ano consecutivo, atingiu nota zero em decorrência da falta de demonstrativos salariais de seus membros e servidores sob amparo na Lei Geral de Proteção de Dados, o que para a analista sênior de transparência e integridade da Transparência Brasil, Bianca Berti, é uma clara deturpação da legislação para descumprimento de um dos princípios mais essenciais da administração pública.

“Isso ocorre principalmente pelo estímulo à adoção de sistemas eletrônicos que requerem cadastro e login para conceder o acesso, muitas vezes requerendo a concessão de dados pessoais dos cidadãos, bem como utilização desvirtuada da Lei Geral de Proteção de Dados [LGPD] para repetidamente negar o acesso a informações de interesse público”, exemplifica. 

No caso do MPMS, desde novembro de 2023, sob a gestão do ex-Procurador-Geral de Justiça, Alexandre Magno Benites de Lacerda, não há informações mínimas sobre os membros, como nomes e matrículas.

O “apagão de dados” que iniciou na gestão do ex-PGJ vigora até o mandato do atual chefe do MPMS, Romão Avila Milhan Junior, que em 2024 e neste ano atingiu nota zero no índice do DadosJusBR.

Berti afirma que a falta de transparência do MPMS fere o dever do órgão, já que se trata de informação de interesse público.

A especialista aponta que a decisão de não divulgar essas informações tão basilares indica que quem está à frente dessas instituições “não quer ter que prestar contas à sociedade”, mesmo se tratando de uma obrigação de quem assume essas posições.

“Essa postura é flagrantemente contrária à democracia, e demonstra que, no mínimo, há gastos sobre os quais o órgão não quer ter que se explicar e justificar, o que significa que os recursos públicos não estariam sendo aplicados estritamente de acordo com as funções constitucionais do órgão e as necessidades da população. Se negar a prestar contas adequadamente sugere que haja uma situação de desvirtuamento do gasto público ocorrendo dentro da instituição”, alerta. 

Sabe de algo que o público precisa saber? Fala pro Midiamax!

Se você está por dentro de alguma informação que acha importante o público saber, fale com jornalistas do Jornal Midiamax!

E você pode ficar tranquilo, porque nós garantimos total sigilo da fonte, conforme a Constituição Brasileira.

Fala Povo: O leitor pode falar direto no WhatsApp do Jornal Midiamax pelo número (67) 99207-4330. O canal de comunicação serve para os leitores falarem com os jornalistas. Se preferir, você também pode falar com o Jornal direto no Messenger do Facebook.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Jovem desaparecido ao cobrar dívida sofreu acidente e está em coma na Santa Casa

Prefeitura de Bonito suspende contratos investigados em operação do Gecoc

Joe Biden inicia nova fase de tratamento contra câncer de próstata

Vestibular 2026 da UEMS: isenção da taxa de inscrição termina nesta quarta-feira

Notícias mais lidas agora

terenos

Prefeitura de Terenos suspende R$ 9,6 milhões em contratos investigados por fraude

Criação de Mato Grosso do Sul foi cartada que mudou o destino de Campo Grande e reinventou o Centro-Oeste

Diretora de licitação pediu ‘brinde’ em nome de marido vereador após ajudar empreiteiro

Motociclista fica em estado grave após colidir de frente com ônibus

Últimas Notícias

Brasil

Casos de coqueluche crescem e provocam internações e mortes

Em 2024, foram registrados pelo menos 2.152 casos da doença

Emprego e Concurso

UFMS continua com inscrições abertas para vestibular e Passe da UFMS em 11 cidades

Provas serão aplicadas em dezembro

Variedades

VÍDEO: ‘Não sei quem matou Odete Roitman’, brinca delegada de SP

Na primeira versão de Vale Tudo, grupo de delegados "investigou" o assassinato

Cotidiano

Criançada acompanhando pais e avós no comércio garante compra de mimos e evita ‘exageros’ nos preços

Pais e avós disseram que a ida das crianças juntas garante os mimos sem os 'sustos' pelos preços