Operação que revelou escândalo de corrupção pode sofrer novo ‘vai e vem’ na Justiça

MPMS recorreu de decisão para levar caso de volta para promotor de Terenos

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Operação Velatus revelou esquema de fraudes em contratos de obras em Terenos (Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

A Justiça irá analisar novo pedido do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) que pode provocar novo ‘vai e vem’ de ação penal sobre escândalo de corrupção na gestão do prefeito Henrique Budke (PSDB) em Terenos – município a 31 km de Campo Grande.

Isso porque a Justiça havia declarado incompetência do juízo de Terenos para o caso. A decisão atendeu a pedido da defesa do ex-secretário de obras preso no caso, Isaac Cardoso Bisneto.

Ao analisar HC (Habeas Corpus) da defesa de Isaac no fim de outubro, a 3ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de MS) suspendeu todas as decisões do juiz do interior. A defesa se aproveitou de brecha na denúncia do MPMS (Ministério Público de MS).

No entanto, o processo foi redistribuído e reanalisado pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, que convalidou todas as decisões da operação. Agora, toda a movimentação processual sobre o escândalo de corrupção da gestão do PSDB em Terenos passará pela Vara da Capital.

MPMS revelou esquema de corrupção na gestão do prefeito do PSDB de Terenos, Henrique Budke (Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

Leia também – Com ‘vai e vem’ de ações da Laços Ocultos, delatora foragida tenta se livrar de mandado de prisão

Estratégia em casos de corrupção

Trata-se da mesma estratégia adotada em outros casos de corrupção que contaram com atuação do Gecoc (Grupo Especial de Combate a Corrupção) como na ‘Laços Ocultos’ e ‘Tromper’.

No entanto, o ‘placar’ desse tipo de estratégia está em 1×1. Pois, no caso da Tromper, o TJMS manteve o caso sob a batuta do juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, de Sidrolândia.

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Já na Laços Ocultos, todo o processo foi enviado para uma Vara Criminal de Campo Grande, mas acabou sendo remetido novamente para a comarca de origem, em Amambai. Porém, no vai e vem, muitos investigados conseguiram afrouxar medidas cautelares impostas pela Justiça, já que todas as decisões precisam ser revalidadas por um novo juiz.

A defesa se baseia em provimento do TJMS que estabelece que ações oriundas de investigações de grupos de combate a corrupção devem ficar em uma das seis varas de Campo Grande.

No entanto, o MPMS argumenta que o Gecoc não está incluso nesse provimento, uma vez que tem atuação diferente do Gaeco, por exemplo.

Diante disso, a procuradora de Justiça, Lenirce Aparecida Avellaneda Furuya, apresentou recurso especial na Justiça para derrubar a decisão do HC e manter o caso na Vara de Terenos.

Além do juiz de Terenos, a mudança também impacta no promotor que acompanha o caso, já que toda a investigação foi conduzida pelo membro do MP de Terenos.

Exoneração dias antes de operação levantou suspeita de vazamento

“O que dá a entender? Que tinham informação privilegiada, sabiam que iam vir, por isso pediu exoneração”, dispara o vereador Clayton Cleone Melo Welter (PP) sobre saída do secretário de obras do município, Isaac Cardoso Bisneto. Segundo Caco, que é 1º secretário da Câmara, Isaac saiu dez dias antes da Operação Velatus, que revelou esquema de corrupção durante a gestão do PSDB em Terenos – a 31 km de Campo Grande.

Consta no Diário Oficial do município, do dia 2 de agosto, exoneração a pedido do secretário. O prefeito Henrique Wancura Budke (PSDB) assinou a exoneração. O cargo do primeiro escalão da gestão tucana é uma nomeação política e considerado de confiança do prefeito.

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