Pular para o conteúdo
Transparência

Município aponta falhas técnicas e pede anulação de perícia paga pelo Consórcio Guaicurus

Parecer afirma que laudo pericial não comprova desequilíbrio econômico-financeiro
Gabriel Maymone -
Consórcio Guaicurus briga na Justiça por mais dinheiro público. (Helder Carvalho, Jornal Midiamax)

O município de apresentou diversas falhas técnicas no laudo pericial que o pagou R$ 272 mil para comprovar suposto desequilíbrio econômico no contrato de concessão, de R$ 3,4 bilhões, para explorar o da Capital.

Conforme manifestação apresentada à Justiça, o município diz que a metodologia utilizada pelo Ibec (Instituto Brasileiro de Estudos Científicos) “apresenta inconsistências metodológicas e conceituais que comprometem sua validade e aplicabilidade para os fins a que se destina”.

O documento da empresa faz uma apuração de receitas inauferidas, afirmando que o município ‘deve’ impressionantes R$ 377 milhões aos empresários do ônibus.

Então, o município apresentou à juíza Paulinne Simões de Souza, da 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos, documentação técnica expondo série de falhas na perícia.

Após isso, o município afirma que “o material pericial em questão não fornece subsídios técnicos confiáveis para determinar a existência de desequilíbrio econômico-financeiro no contrato de concessão”.

Ou seja, a perícia do Ibec não conseguiu demonstrar o real faturamento do Consórcio Guaicurus ou a existência de desequilíbrio econômico-financeiro, segundo o município.

Isso porque a análise contábil gerencial é utilizada internamente para auxiliar gestores da empresa na tomada de decisão, argumentou o município. “Portanto, A ‘ESCOLHA’ pela ciência equivocada torna o laudo desde o princípio nulo, haja vista não atender a função para o qual foi designado”.

Por fim, o município pede que a magistrada considere nula a perícia paga pelos empresários do ônibus e determine uma nova avaliação.

Ônibus do Consórcio Guaicurus passando por ponto de ônibus. (Madu Livramento, Jornal Midiamax)

Laudo não comprova desequilíbrio econômico

Depois de um primeiro laudo pericial derrubar a tese dos empresários do ônibus e mostrar que o Consórcio Guaicurus teve lucro líquido de mais de R$ 68 milhões somente nos primeiros sete anos de concessão, a segunda perícia é questionada pelo município.

Além disso, integrantes da CPI da Câmara Municipal que apura irregularidades do Consórcio Guaicurus já haviam demonstrado suspeitas sobre o relatório do Ibec.

Agora, o município apresenta detalhamento técnico derrubando o laudo pericial do Ibec. “Permissa vênia, Senhor Julgador, mas o laudo APRESENTADO não é contábil, nem financeiro, nem tampouco permite verificar se houve ou não quebra do equilíbrio econômico-financeiro. É notório de que demonstrativo de resultado, fluxo de caixa, projeções de receita e investimento são úteis, mas não esgotam o objeto da lide e NÃO DEMONSTRAM PERDA financeira ou prejuízos na concessão”, diz trecho do documento.

Defasagem de R$ 377 milhões é absurda, diz município

Outro dado apontado pela perícia do Ibec, questionado pelo município, são as chamadas receitas inauferidas, que totalizaram R$ 377 milhões, que seria o que o Consórcio Guaicurus deixou de arrecadar nesses anos de concessão.

O valor é considerado absurdo pelo município. “É absurda a interpretação dada pela perita de que as RECEITAS INAUFERIDAS que, repita-se, seriam aquelas que ‘deixaram de ingressar no ‘Fluxo de Caixa’ do concessionário ao longo do período’, a partir da diferença de Tarifas Contratuais (previstas) e as Tarifas Publicadas (praticadas)”.

A perícia ignorou isenções fiscais, segundo o município. Houve outras compensações que simplesmente foram ignoradas pela perita, entre as quais a redução das alíquotas do PIS, da COFINS, do , do ISSQN, assim como a redução dos custos de CONTRATAÇÃO DE PESSOAL (redução da função de cobrador), ou de SUBINVESTIMENTOS como o havido de forma diminuta na implementação dos sistemas de informações georreferenciadas, garagem definitiva, dentre outros”.

Clique aqui para seguir o canal do Jornal Midiamax no WhatsApp

Contradições

O município apresentou uma série de documentações que atestariam contradições da perícia.

Conforme documentação anexada no processo, o município afirma que a perícia do Ibec tem erros ao desconsiderar termos aditivos ao contrato de concessão.

Isso porque o primeiro deles foi assinado em consenso entre as partes, sendo que o Consórcio Guaicurus confirmou, naquele momento, que as mudanças sobre reajuste tarifário de 2013 não acarretariam desequilíbrio.

Um segundo termo aditivo que alterou o marco executivo contratual foi solicitado pela própria concessionária. “NÃO HOUVE a análise dos documentos que deram origem ao Segundo Termo Aditivo pela perícia, razão porque tal fato torna-a insubsistente para afirmar qualquer violação ao contrato em favor da concessionária”, diz o município.

Então, o município diz: “Senhor Julgador, ou a perícia atem-se ao contrato E OS ADITIVOS, ou a perícia é falha, porquanto em desacordo com a lei. É absurdo, permissa vênia, desconsiderar os aditivos firmados entre as partes E O MINISTÉRIO PÚBLICO (1º Termo aditivo)”.

Irresponsável

Documento da prefeitura expõe erros grotescos da perícia do Ibec.

Na parte referente aos reajustes tarifários, o município afirma que a perícia não identificou fatos motivadores ou fundamentos técnicos que basearam os reajustes das tarifas em Campo Grande.

“A ausência de diligências ‘corretas’ e análise cautelar dos documentos indubitavelmente levaram a perícia a adotar premissas incorretas. Data vênia, Senhor Julgador, mas a perícia chega a ser IRRESPONSÁVEL por afirmar que não teve acesso a memória de cálculo tarifário que ensejaram os reajustes”, diz o município.

Ainda, aponta que a perícia considerou apenas as tarifas publicadas, e não a tarifa técnica, que é o valor que o Consórcio, de fato, recebe por passageiro.

“Não se pode afirmar que houve prejuízo ao equilíbrio econômico-financeiro se as partes, CONSENSUALMENTE, optaram pela mudança na fórmula originária”, reforça o município.

Sabe de algo que o público precisa saber? Fala pro Midiamax!

Se você está por dentro de alguma informação que acha importante o público saber, fale com jornalistas do Jornal Midiamax!

E pode ficar tranquilo, porque nós garantimos total sigilo da fonte, conforme a Constituição Brasileira.

Fala Povo: O leitor pode falar direto no WhatsApp do Jornal Midiamax pelo número (67) 99207-4330. O canal de comunicação serve para os leitores falarem com os jornalistas. Se preferir, você também pode falar com o Jornal direto no Messenger do Facebook.

***

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Messi é punido de jogo importante do Inter Miami após ausência no MLS All-Star Games

Confronto entre Tailândia e Camboja chega ao 2º dia e 60 mil se retiram de zonas de fronteira

Justiça manda prender novamente réu por envolvimento na disputa do jogo do bicho em MS

João Fonseca estreia em competição canadense contra rival do quali

Notícias mais lidas agora

Facção mandou matar jovem em Campo Grande porque perdeu revólver, aponta investigação

legendarios arcebispo

Católicos reagem a aviso sobre Legendários: confira 4 pontos de conflito com Igreja

relatoria tereza nelsinho

Senadores de MS partem para os EUA e ganham destaque na briga contra tarifaço de Trump

Eduardo Bolsonaro critica Nikolas por ser ‘pouco ativo’ em busca por punições dos EUA ao Brasil

Últimas Notícias

Polícia

Foragido por matar dono de pousada em Alagoas é preso em Brasilândia

Acusado usou o sangue do empresário para escrever algumas palavras na porta do armário, alegando que foi abusado por ele

Brasil

Marcos do Val nega fuga e diz que viajou aos EUA para curtir parque com a filha em recesso

Em vídeo publicado no YouTube, parlamentar afirmou que não tem motivos para fugir

Mundo

EUA preparam nova declaração legal para justificar tarifa ao Brasil, diz agência

Cenário de negociações é delicado visto que os atuais presidentes têm divergências políticas

Cotidiano

Em Mato Grosso do Sul, 55 cidades estão sob perigo potencial para baixa umidade do ar

A umidade relativa do ar varia entre 30% e 20% em Mato Grosso do Sul