Os 180 candidatos que participaram do XXX Concurso Público de Provas e Títulos de Promotor de Justiça substituto do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foram pegos de surpresa ao serem reprovados no certame.
O resultado da 2ª fase do concurso foi divulgado na tarde de segunda-feira (2) com cerimônia de abertura das provas. A Fapec MS (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura) ficou responsável pela organização.
O assunto tomou conta das redes sociais, com candidatos revoltados e até pessoas surpresas com a atitude da banca examinadora. “100% de reprovação na 2ª fase do MPMS. Nenhum dos 180 candidatos aprovados pra oral”, postou um internauta.
“Fui uma das 100% pessoas reprovadas na 2ª fase do MPMS. Que Deus tenha misericórdia de nós, pq ninguém mais tem”, escreveu outra. Ela havia sido aprovada na 1ª fase do certame com 78/100 – 6 pontos acima da nota de corte.
“Não consigo nem descrever o quão absurdo é organizar um concurso público, investir dinheiro e tempo para organizar o certame e simplesmente não classificar nenhum candidato para a fase seguinte. Uma vergonha o que aconteceu no MPMS (e não me refiro aos candidatos)”, afirma uma terceira pessoa.

Arrecadação de dinheiro com o concurso
Assim, a suspeita dos candidatos caiu sobre o MPMS. O que estaria por trás da reprovação em massa seria, na visão dos concurseiros, uma maneira do órgão arrecadar dinheiro com o certame, além de beneficiarem os promotores com incremento no salário ao acumularem função para atuar onde o concurso não conseguiu preencher as vagas.
“Agora o MPMS tem o orçamento de 180 possíveis nomeações pra usar como bem entenderem. O CSJT fez isso com as nomeações de servidores, usou pra pagar salários”, denunciou outro internauta.
Nota do MPMS não menciona resultados
Em nota divulgada no site do MPMS, o texto descreve passo a passo da cerimônia, mas oculta o resultado. “A identificação das provas seguiu a ordem de aplicação das disciplinas. Inicialmente, a comissão verificou a inviolabilidade dos lacres dos malotes. Em seguida, as provas foram abertas para identificação, realizada pela comissão e pela assessoria cerimonial. O examinador então procedeu à leitura do código e da nota de cada candidato”, diz.
A sessão aconteceu de forma híbrida (presencial e on-line – apesar de não estar disponível) durante toda a tarde e contou com a presença do Procurador-Geral de Justiça, Romão Ávila Milhan Junior, além dos membros da Comissão Organizadora.
O texto ainda cita que o concurso ofereceu vagas para ampla concorrência, PcD (Pessoa com Deficiência), negros e indígena com remuneração no valor inicial de mais de R$ 30 mil. Entretanto, o teor da nota (disponível aqui), era de finalização do certame.
Durante a cerimônia, Romão agradeceu a banca examinadora e a comissão organizadora. “Gostaria de, inicialmente, cumprimentar a banca examinadora e os demais integrantes da comissão. Agradeço especialmente pelo trabalho de correção realizado ao longo destes quatro meses, mesmo diante das atribuições regulares de cada um. Foram sete provas que exigiram uma análise minuciosa e criteriosa. Recebam, portanto, nossos cumprimentos e agradecimentos”, afirmou.
O Jornal Midiamax questionou o MPMS, por e-mail e ligação gravada a um dos membros da banca examinadora, sobre as denúncias e pediu um posicionamento sobre a reprovação em massa. Entretanto, até esta publicação, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
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