Pular para o conteúdo
Transparência

Justiça nega novo pedido do Consórcio Guaicurus de reajustar tarifa para R$ 7,79

Decisão suspendeu multa milionária contra o município em ação movida pelos empresários do ônibus
Gabriel Maymone -
Empresários do Consórcio Guaicurus brigam por tarifa técnica de R$ 7,79 (Arquivo, Jornal Midiamax)

O juiz Marcelo Andrade Campos Silva negou novo pedido do para reajustar a tarifa técnica do ônibus para R$ 7,79 em , Atualmente, o valor que a concessionária recebe do município por passagem é de R$ 5,95.

Conforme a decisão, o magistrado considerou que o processo está ‘tumultuado’, devido ao grande número de pedidos feitos pelos empresários do ônibus. “Considerando que os sucessivos pedidos de cumprimento estão tumultuando o andamento deste feito, cuja suspensão já fora determinada, é de se determinar que o REQUERENTE [Consórcio Guaicurus] providencie a distribuição, em apartado, dos pedidos de cumprimento provisórios que entenda cabíveis, sejam das obrigações de fazer, seja daquelas de pagar, inclusive quanto às multas fixados, mesmo de sorte a possibilitar a correta discussão destes”, disse o juiz.

Assim, negou prazo de cinco dias para o município aplicar a tarifa técnica de R$ 7,79.

Além disso, o magistrado também negou pedido feito pelo Consórcio para que o município pague multa milionária pelo atraso na aplicação do reajuste do passe, que ocorreu no início deste ano.

Agora, o Consórcio deve organizar todos os pedidos e apresentar à Justiça para prosseguimento do processo.

Vale ressaltar que o aumento do passe aos passageiros de R$ 4,75 para R$ 4,95 em janeiro deste ano ocorreu por determinação judicial, após pedido feito pelos empresários do ônibus.

Vale ressaltar que a tarifa técnica é o que efetivamente o Consórcio Guaicurus recebe por passagem. A diferença de valores entre o passe pago pelo usuário e a tarifa técnica é repassado pelo município, como uma espécie de subsídio para evitar que o ticket suba ainda mais aos passageiros do transporte coletivo.

Consórcio Guaicurus briga na Justiça por mais dinheiro público

Diretor do Consórcio Guaicurus, Themis Oliveira. (Helder Carvalho, Jornal Midiamax)

Os empresários de ônibus de Campo Grande são o verdadeiro exemplo do ‘mau negócio’ que rende milhõesNa verdade, bilhões.

Isso porque equipe técnica da prefeitura da Capital certificou auditoria contábil nas planilhas do Consórcio Guaicurus e atestou que a concessionária teve receita de R$ 1.277.051.828,21 (um bilhão, duzentos e setenta e sete milhões, cinquenta e um mil, oitocentos e vinte e oito reais e vinte e um centavos) de 2012 a 2019.

Ou seja, o valor é somente dos oito primeiros anos do contrato. Os técnicos chegaram aos valores a partir de balanços enviados pelas próprias empresas de transporte.

Vale ressaltar que o Consórcio Guaicurus será beneficiado com cerca de R$ 64 milhões somente este ano entre subsídios e isenção fiscal do ISS (Imposto Sobre Serviço).

Apesar de ter o apoio do presidente da Câmara, Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), para conseguir mais dinheiro público através de subsídios, o Consórcio Guaicurus move série de processos na Justiça para obter valores estratosféricos.

Enquanto banca time de advogados para tentar se livrar de indenizações a passageiros que se machucam em ônibus e tentar obter ‘no tapetão’ mais recursos públicos, o Consórcio Guaicurus mantém frota sucateada nas ruas.

Empresários tiraram 115 ônibus de circulação e brigam para manter 98 veículos sucateados nas ruas

Superlotação é situação diária na rotina dos passageiros do Consórcio Guaicurus (Fala Povo, Jornal Midiamax)

Além de retirar 115 ônibus das ruas sem autorização da prefeitura e causar superlotação, o Consórcio Guaicurus briga com o município para manter outros 98 veículos sucateados circulando em Campo Grande.

Em maio, a Agereg (Agência de Regulação) determinou a retirada dos ônibus por estarem com idade limite acima do permitido no contrato de concessão de R$ 3,4 bilhões.

Depois disso, os empresários do ônibus apresentaram recurso, tentando justificar o porquê estão mantendo veículos tão velhos e sucateados circulando nas ruas.

Além disso, a Agereg havia determinado aplicação de multa, que seria de 5% sobre a receita diária do Consórcio.

Agora, o Conselho de Regulação da analisa o caso para decidir se mantém a decisão ou cede ao Consórcio. A prefeitura não informou se há prazo para o resultado da análise.

Nesta semana, o município disse à Justiça que o Consórcio Guaicurus retirou, sem autorização, 20% da frota de circulação na cidade. O total representa 115 dos 460 veículos que compõem a frota da concessionária.

Trecho de parecer da prefeitura apresentado à Justiça. (Reprodução)

✅ Clique aqui para seguir o Jornal Midiamax no Instagram

Consórcio descumpre contrato

Outro ponto apresentado pelo município à Justiça, é mais um descumprimento de contrato por parte do Consórcio. A concessionária deixou de pagar seguro de responsabilidade sem autorização, deixando de cumprir estabelecido em contrato. Aliás, a reportagem do Jornal Midiamax já revelou que o município aplicou multa de R$ 12.238.353,86.

No entanto, o Consórcio Guaicurus não pagou o total. O descumprimento ocorre desde 2020.

Logo, o município diz: “Mais uma vez descumprindo um MARCO CONTRATUAL de forma autônoma, unilateral e não autorizada deixou de cumprir um dispositivo legal e de segurança, e dessa forma a despesa com o mesmo se reverteu em aumento do lucro, em desfavor da segurança jurídica das partes e da população campo-grandense”.

CPI do Consórcio Guaicurus e o colapso no transporte: usuários relatam ônibus velhos e superlotados

Enquanto os empresários do ônibus pedem mais dinheiro público, usuários seguem ‘penando’ diante do serviço tomado por desconforto e insegurança.

Nos horários de pico, aqueles em que a maioria dos trabalhadores se deslocam entre seus locais de trabalho e suas casas, multiplicam-se os relatos de usuários que afirmam que os veículos disponibilizados pelo Consórcio seguem superlotados.

Além deste problema, os relatos apontam que a frota velha, já assumida pelos gestores do Consórcio nas oitivas da CPI, ocasiona problemas mecânicos que deixam os ônibus pelo caminho e causam atrasos para os trabalhadores.

Há relatos de usuários que, nos horários de pico, veem seu ônibus passar lotado e têm que esperar o próximo passar para poder embarcar. É o caso de Luiz, que sai de casa às 6 horas e precisa encarar o veículo já ‘abarrotado’ de passageiros.

Sabe de algo que o público precisa saber? Fala pro Midiamax!

Se você está por dentro de alguma informação que acha importante o público saber, fale com jornalistas do Jornal Midiamax!

E pode ficar tranquilo, porque nós garantimos total sigilo da fonte, conforme a Constituição Brasileira.

Fala Povo: O leitor pode falar direto no WhatsApp do Jornal Midiamax pelo número (67) 99207-4330. O canal de comunicação serve para os leitores falarem com os jornalistas. Se preferir, você também pode falar com o Jornal direto no Messenger do Facebook.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
câmara animais ubea

Câmara aprova criação de Unidade de Bem-Estar Animal em Campo Grande

‘Novas sanções de Trump ao Brasil é imprevisível’, diz Flávio Bolsonaro

‘Estão perseguindo ele’: internautas defendem ‘Pobre Loco’, alvo de operação contra falsificação de anabolizantes

‘Bala na nuca’: Ex-presidente da OAB defende prisão domiciliar de Bolsonaro

Notícias mais lidas agora

Justiça nega novo pedido do Consórcio Guaicurus de reajustar tarifa para R$ 7,79

Condenados por receber propina, delegados são demitidos da Polícia Civil de MS

Scenarium: Uma entrega à altura do cenário mais emblemático de Campo Grande

nioaque obras vagas

TCE-MS investiga desvios de R$ 3 milhões com fraudes em ‘testes da orelhinha’ em Nioaque

Últimas Notícias

MidiaMAIS

Morre aos 67 anos Jairo Lara, ex-integrante do Grupo Acaba e referência do violão de 7 cordas no Brasil

Músico faleceu na manhã desta terça-feira (5), devido a complicações de uma pneumonia

Cotidiano

Inscrições para mais de 800 vagas em cursos de idiomas na UFMS seguem abertas até dia 11

Cursos não possuem mensalidade, mas taxa de inscrição é cobrada, assim como materiais devem ser adquiridos pelos estudantes

Brasil

STF, Planalto e Congresso são cercados por grades novamente após prisão de Bolsonaro

Ordem para colocar grades foi determinado após buzinaço em frente a Esplanada dos Ministérios

Cotidiano

Pecuarista denuncia confinamento por reter animais irregularmente em MS

Caso foi parar na Justiça, com pedido para apreensão de centenas de cabeças de gado