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Transparência

Justiça marca julgamento para analisar pedido de Cezário para voltar ao comando da FFMS

Ex-dirigente tenta anular assembleia que o destituiu do cargo após ser apontado como chefe de esquema que desviou R$ 10 milhões da entidade
Gabriel Maymone -
Francisco Cezário foi preso durante Operação do Gaeco (Alicce Rodrigues, arquivo Jornal Midiamax)

O (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) marcou para o próximo dia 18 de março o julgamento de pedido feito por Francisco Cezário de Oliveira para voltar ao comando da FFMS (Federação de de MS). O ex-mandatário foi destituído em assembleia geral após ser apontado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) como chefe de esquema que desviou cerca de R$ 10 milhões da entidade. Durante as investigações, Cezário foi preso duas vezes.

Conforme informado pelo Jornal Midiamax, Cezário já está com seu terceiro desde que foi preso pela primeira vez, em agosto do ano passado, durante a deflagração da Operação Cartão Vermelho.

Então, quem fará sua defesa no caso é o advogado Fábio Azato.

O julgamento irá analisar recurso apresentado por Cezário após ter pedido negado pelo juiz de 1º instância, Paulo Afonso de Oliveira.

Após isso, o recurso chegou até a 4ª Câmara Cível. A relatora do caso, a juíza Cíntia Xavier Letteriello já havia negado liminar (decisão provisória) para anular a ata da assembleia – retomando o mandato de Cezário na FFMS -. Agora, os demais membros do colegiado irão votar na sessão.

Troca de advogados

Para sua defesa, Cezário havia designado inicialmente o advogado André Borges. Depois, o substituiu pelo advogado Júlio César Marques. À reportagem, Marques confirmou que deixou a defesa do ex-dirigente, porém, que permanece atuando por Aparecido Alves Pereira e Valdir Alves Pereira – sobrinhos de Cezário, também denunciados.

O segundo advogado foi o responsável por entrar com ações que pediam a Justiça para obrigar a FFMS a restituir o mandato de Cezário frente à entidade, após o mesmo ser destituído em assembleia extraordinária realizada em outubro de 2024.

Agora, foi apresentado à Justiça o substabelecimento, que é um documento que transfere a responsabilidade do caso de um advogado para outro. Assim, o advogado Fábio Azato ficará responsável pela defesa de Cezário no caso.

FFMS anexa investigação do Gaeco em ação de Cezário para voltar ao cargo

Para justificar à Justiça a destituição de Francisco Cezário de Oliveira do cargo de presidente, a FFMS anexou várias partes do processo criminal do Gaeco.

Assim, a entidade pontuou à Justiça que a destituição seguiu os trâmites legais, com direito a ampla defesa de Cezário, que contou com explanação do advogado durante a assembleia e que a motivação foi a ‘gestão irregular e temerária’, citando que foram desviados R$ 2 milhões da entidade para parentes dele.

A linha da defesa de Cezário era de que a destituição do cargo ocorreu de forma irregular, já que, segundo o antigo advogado, a FFMS tomou a decisão baseado na investigação do Gaeco, e não em um processo próprio.

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Gestão irregular e temerária, diz FFMS

No entanto, a entidade alega que os motivos que levaram a quase 70% dos filiados a destituírem Cezário do cargo foi por ter conduzido gestão “irregular e temerária”.

Dessa forma, a FFMS justificou várias situações evidenciadas pela Operação Cartão Vermelho, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), que expuseram situações que ‘não coadunam com as boas práticas administrativas’ da federação.

Então, apontou alguns fatos para justificar a destituição: “Transferiu mais de R$ 2 milhões para parentes, omitiu informações de balanços financeiros, falsificava carimbos de estabelecimentos comerciais entre tantos atos de g estão que não coadunam com as boas práticas administrativas”, diz trecho da petição anexada na segunda-feira (10) aos autos.

Por fim, para a Justiça negar o pedido de Cezário, a entidade considerou: “Sobre os atos de gestão irregular e temerária, os mesmos foram objeto de uma criteriosa análise jurídica que foi divulgada previamente, juntamente com a publicação do edital de convocação, para todos os filiados e diretores da entidade, inclusive para o presidente afastado e ora AGRAVANTE, que é subordinado ao Estatuto da entidade como qualquer outro filiado, possuindo o dever de respeitar e cumprir as normas internas da instituição”.

Leia também – Após escândalo e prisão, associados decidem destituir Cezário da Federação de Futebol de MS

O recurso será apreciado pela 4ª Câmara Cível e a relatora do processo, juíza Cíntia Xavier Letteriello, já havia negado liminar para Cezário voltar ao cargo até a decisão do colegiado.

Assembleia extraordinária destituiu Cezário do cargo

No dia 14 de outubro, assembleia extraordinária realizada pela FFMS destituiu Francisco Cezário do cargo de presidente da entidade. A assembleia foi convocada pelo presidente interino Estevão Petrallas.

O ex-mandatário da FFMS foi preso no âmbito da operação “Cartão Vermelho”, acusado de integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Atualmente, ele está em liberdade provisória, usando tornozeleira eletrônica, enquanto aguarda julgamento. Ele permaneceu 28 anos à frente da entidade.

Na assembleia, foram avaliados os atos do gestor. Coube aos associados deliberar sobre as consequências e penalidades previstas no estatuto. A defesa de Cezário contestou a legalidade do ato administrativo e diz que vai recorrer na Justiça.

Assim, Petrallas foi eleito para comandar a entidade interinamente até as próximas eleições, marcadas para abril deste ano. O eleito irá comandar a FFMS até o fim do mandato que seria conduzido por Cezário, que termina em 2027.

Leia também – Réu por desvio de R$ 10 milhões, Cezário pede suspensão de eleição para presidente da FFMS

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