Os irmãos Sérgio e Lucas Coutinho e os ex-servidores da Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) de Campo Grande, Paulo Henrique Muleta e Kellen de Lis Oliveira da Silva, serão ouvidos pela Justiça em março de 2026, após esquema revelado pela Operação Turn Off.
As investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que apontaram compra de produtos parados em troca de propina. A partir de 13 até 16 de março, a 2ª Vara Criminal de Competência Residual ouve as testemunhas de defesa, peritos e os réus.
Conforme trecho da investigação do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco, os irmãos Lucas Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho teriam cooptado servidores, como o então coordenador técnico do Centro Especializado em Reabilitação e Oficina Ortopédica da Apae, Paulo Henrique Muleta.
Propina
Paulo receberia, conforme as mensagens trocadas entre os investigados, 4% das vendas efetuadas pelas empresas para a Apae. O recebimento de propina teria acontecido por ao menos três anos, entre 2019 e 2022.
Assim, em uma das conversas flagradas pela investigação, os empresários teriam enviado um áudio, sugerindo a compra de certos produtos. “A descartável eles não pediram nenhuma, e… cara, você consegue ver isso aí porque, nossa, tô abarrotado de descartável” (sic).
O empresário dá a entender que empurrava os produtos que estavam parados para as vendas fraudadas.
Fraudes ultrapassam R$ 68 milhões em contratos públicos
Para o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Lucas e Sérgio aparecem como os líderes da organização criminosa voltada para a prática de fraudes.
O MP identificou a existência de organização criminosa voltada à prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos e lavagem de dinheiro.
Ainda segundo a investigação, o grupo criminoso fraudava licitações públicas para compra de aparelhos de ar-condicionado para a SED, também a locação de equipamentos médicos hospitalares e elaboração de laudos pela SES.
Além disso, a aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Apae de Campo Grande também acabou fraudada. Os crimes ocorreram por meio de pagamento de propina a vários agentes públicos. Os contratos já identificados e objetos da investigação ultrapassam R$ 68 milhões.
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