As equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) cumpriram mandados contra 20 alvos na 4ª fase da Operação Tromper, que investiga esquema de desvios milionários na Prefeitura de Sidrolândia, cidade a 70 km de Campo Grande.
As investigações apontam que o ex-secretário de Fazenda e ex-vereador em Campo Grande Claudinho Serra (PSDB), genro da ex-prefeita Vanda Camilo, seria o ‘chefão’ do esquema. Inclusive, ele cobrava uma espécie de ‘mesada’ de 10% a 30% do valor dos contatos dos empresários. Quem não aceitasse suas condições, ficava impedido de contratar com o município.
Nesta nova investida contra a corrupção em Sidrolândia, o Gaeco incluiu a médica Mariana Camilo Serra no rol de investigados. Esposa de Claudinho e filha de Vanda, ela foi alvo de mandado de busca e apreensão, por decisão do juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, responsável pelo caso.
Assim, Claudinho, preso na operação, foi incriminado por lavagem de dinheiro e ainda organização criminosa. Também foram presos o assessor ‘braço direito’ do tucano, Carmo Name Júnior, e o empreiteiro Cleiton Nonato Correia, da GC Obras, local em que os investigadores encontraram caderno de anotações com o nome de Sérgio de Paula, ex-presidente do PSDB.
Genro de Vanda, Claudinho ocupou cargo importante na gestão da sogra, período que foi secretário municipal e que mexia com processos licitatórios do município.
De acordo com as investigações, a trama fraudulenta engendrada pela organização arrecadava dinheiro justamente a partir de fraudes nas concorrências conduzidas pela Prefeitura de Sidrolândia.
No entanto, não foi revelada qual seria a participação de Mariana.
A reportagem tentou contato com Mariana, sem sucesso. O espaço segue aberto para manifestação.
Leia também – LISTA: MP mira mais de 20 pessoas ligadas à Prefeitura de Sidrolândia na 4ª fase da Tromper
MPMS livrou Vanda de investigação

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Chefe do MPMS (Ministério Público de MS), Romão Júnior, não deu andamento às investigações contra Vanda Camilo na época. Isso porque, por ser prefeita, somente o PGJ poderia autorizar o andamento contra ela.
Apesar de não ser investigada oficialmente, Vanda não conseguiu a reeleição no pleito deste ano. Ela ficou com 38,21% dos votos válidos e foi derrotada pelo candidato do PL, Rodrigo Basso, que obteve 61,27% da preferência do eleitorado.
Agora, sem o foro especial, o inquérito contra Vanda pode ser conduzido por outro membro do MP.
Prefeita foi citada nas duas delações da Tromper
Conforme apurado pela reportagem do Jornal Midiamax, as duas delações da Operação Tromper, que apura esquema de corrupção no município, citam o nome de Vanda.
Na primeira delas, o ex-servidor municipal de Sidrolândia Tiago Basso da Silva cita esquema de corrupção envolvendo Vanda.
Ele narrou ao Gaeco, em acordo já homologado pela Justiça, como a prefeita utilizava recursos públicos para benefício próprio, como na compra de iPhone e para manutenção de ar-condicionado de sua residência.
Conforme documento a que a reportagem do Jornal Midiamax teve acesso, o delator afirmou aos promotores que a prefeita teria adquirido de forma fraudulenta um celular iPhone 14 e feito manutenção de aparelhos de ar-condicionado da própria residência com desvio de recursos públicos.
Na delação, Thiago narra o papel dele nos esquemas de corrupção da Prefeitura de Sidrolândia, já que ele era chefe do setor de compras da prefeitura, ou seja, todos os empenhos e pagamentos da prefeitura passavam por ele.
4ª fase da Operação Tromper

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O MPMS deflagrou a nova fase da operação após investigação descobrir que o esquema criminoso chefiado por Claudinho continuou mesmo após as fases anteriores.
Assim, esta nova etapa visa ao aprofundamento das investigações, que miram em fraudes em licitações e contratos administrativos da Prefeitura de Sidrolândia.
Além disso, são contratos milionários com empresas atuantes no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 20 milhões.
Entretanto, o grupo apurou que a organização criminosa permaneceu ativa mesmo após a deflagração das operações anteriores e a aplicação de medidas cautelares.
Nesta nova fase, foram reunidos diversos elementos que comprovam o pagamento de enormes quantias de propina a agentes públicos. Ainda, os crimes de ocultação e dissimulação da origem ilícita de valores provenientes dos crimes antecedentes também foram descobertos.
As novas ‘batidas’ do braço investigativo do MP acontecem dois anos após a Tromper; ou seja, de lá para cá, foram três fases da operação, que revelou esquema de desvios milionários em contratos públicos na Prefeitura de Sidrolândia.
Claudinho Serra ocupou cargo de secretário de Fazenda, durante a gestão da sogra, a ex-prefeita Vanda Camilo. Faziam parte do grupo empresários e servidores, além do político.
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