MPMS ‘fecha o cerco’ e mira mais oito clínicas de estética em bairros chiques de Campo Grande
Alguns dos estabelecimentos contam com milhares de seguidores no Instagram
Thalya Godoy –
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O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) abriu mais oito procedimentos preparatórios para investigar clínicas de estética localizadas em bairros chiques de Campo Grande, como Carandá Bosque, Chácara Cachoeira e Centro.
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A medida do promotor da 43ª Promotoria de Justiça da Comarca de Campo Grande, Luiz Eduardo Lemos de Almeida, consta no DOMPMS (Diário Oficial do Ministério Público de MS), desta terça-feira (28).
Somando as outras seis ações publicadas na última quinta-feira (23), sobe para 14 estabelecimentos alvos de fiscalização. A ação pretende verificar se as intervenções são invasivas, se o profissional possui habilitação e se há “respeito à saúde, segurança e vida dos consumidores”.
Esses estabelecimentos constam em lista do CRM (Conselho Regional de Medicina) em que possivelmente são realizados procedimentos injetáveis invasivos por profissionais não médicos.
Alguns destes lugares chegaram a ser autuados por infração sanitária por reutilizar materiais descartáveis, manter produtos sem registo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pelo armazenamento de materiais de maneira incorreta.
Em outro endereço, foram encontrados medicamentos fora da validade, refrigeração incorreta para itens e recipiente de materiais perfurantes transbordando o limite da capacidade.
Já outra clínica, na mira das investigações nesta terça-feira, conta com milhares de seguidores no Instagram e se diz especialista em acne, sequela, melasma e harmonização. A profissional se apresenta como “dra.” com formação em biomedicina e estética.
Discussão sobre uso de PMMA
A abertura da investigação ocorre em meio às discussões sobre o CFM (Conselho Federal de Medicina) pedir à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a proibição do uso do PMMA (Polimetilmetacrilato) como preenchedor estético.
O uso indiscriminado da substância tem causado complicações como infecções, reações inflamatórias, necroses, insuficiência renal aguda e crônica, e até pode levar a óbitos.
Em Campo Grande, uma mulher foi uma das vítimas da “golpista do bocão” – uma falsa biomédica – e sofreu uma forte reação ao ter injetado o PMMA na face. Ela precisou viajar até o Maranhão e gastou mais de R$ 20 mil para retirar a substância do corpo.
“Foi somente abrindo o rosto que detectaram. O cirurgião confirmou ser PMMA corporal, tenso igual borracha de escola. Agora será preciso mais duas intervenções, já que em uma vez não foi possível retirar todo o material. Muito triste descobrir isso, o pior dos materiais”, afirmou a vítima, em novembro passado.
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