Relatório da PF (Polícia Federal) mostra que a Florais Transporte era usada pelo lobista Andreson de Oliveira Gonçalves para lavagem de dinheiro. A empresa também é citada nas investigações sobre venda de sentenças no tribunal de Mato Grosso do Sul como responsável por transferir R$ 1,1 milhão para a conta do advogado Felix Jayme Nunes da Cunha, apontado como um dos intermediadores do esquema.
Assim, a PF concluiu que a empresa de Andreson, sediada em Cuiabá, promovia lavagem de dinheiro por meio de transferências para ‘contas de passagem’ de pessoas físicas e jurídicas interpostas, assim como saques e entrega de dinheiro em espécie.
Um dos casos apontados no inquérito é o do motorista João Batista Silva, que prestava serviços para Andreson. Então, o relatório apontou que o empregado do lobista recebeu, entre 2019 e 2023, um total de R$ 2,625 milhões da empresa.
As investigações colocam o lobista no centro de um esquema de venda de decisões que envolve os tribunais de MS, MT e o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Tudo tramita sob sigilo máximo no STF (Supremo Tribunal Federal).
O lobista está preso desde novembro do ano passado e é acusado de negociar venda de sentenças em tribunais de MS, MT e no STJ, a segunda corte mais importante do país. A Justiça autorizou a quebra do sigilo bancário de Andreson e também de outros 34 alvos em MS, incluindo desembargadores afastados e advogados.
Advogado pivô de investigações em MS recebeu valores da Florais Transportes
Conforme a PF, em 2017, o advogado Felix Jayme recebeu R$ 1,1 milhão da empresa de Andreson.
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Chamou atenção da PF a falta de vínculo aparente entre Felix e Andreson, que justificasse o recebimento de grande quantia de dinheiro. O advogado sequer aparece como defensor da empresa Florais em processos nem no MT ou em MS. Então, “verificou-se na análise dos dados bancários que grande parte dos recursos transferidos para FÉLIX foram sacados em espécie, alguns saques com valor de RS 98.000.00, abaixo dos limites de alerta dos órgãos de controle financeiro”.
Ainda, a investigação da PF apurou que o desembargador Marcos José de Brito Rodrigues – afastado do cargo por decisão do STJ – mantinha contato com o empresário de MT, que é apontado como influente lobista, inclusive em esquema de compra de decisões no STJ, que está em investigação.
O principal indício são mensagens trocadas entre os dois em que Andreson envia prints de extratos de processos do site do TJMS ao desembargador que responde: ‘Beleza. Chegando em SP’.
Oito dias depois, o desembargador Marcos Brito repassa os prints a seu assessor e pede para ele imprimir os votos desse acórdão, que faz parte de um conjunto de processos com valor de causa de mais de R$ 64 milhões.
Com isso, a PF conclui que “Considerando que ANDRESON envia os extratos dos processos a MARCOS BRITO e que ele proferiu decisão em pelo menos um processo relacionado a eles, somado à proximidade entre eles e demais elementos que serão expostos, além das altas movimentações do primeiro com FELIX JAYME, entendemos haver fortes indícios de que tal desembargador estivesse recebendo propina de ANDRESON”.
A reportagem entrou em contato com o advogado Felix Jayme para se manifestar sobre as acusações. No entanto, ele nunca se manifestou sobre o caso. O espaço segue aberto para posicionamentos.
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