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Corrupção em Terenos: Ex-secretário preso por ‘farra das empresas convidadas’ ganha liberdade

Apesar de continuar influente na prefeitura após exoneração, Isaac não precisará usar tornozeleira
Gabriel Maymone -
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isaac corrupção secretário de obras
Isaac Cardoso Bisneto foi preso em 13 de agosto (Montagem: Nathália Alcântara, Jornal Midiamax / detalhe do ex-secretário Isaac, Reprodução redes sociais)

Preso desde o dia 13 de agosto do ano passado, em meio a uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) com suspeita de vazamento, o ex-secretário de obras de Terenos, Isaac Cardoso Bisneto, teve pedido de liberdade concedido pela Justiça.

Conforme decisão do juiz Valter Tadeu Carvalho, proferida na tarde de quarta-feira (19), Isaac deverá deixar a prisão mediante três medidas cautelares: não frequentar a prefeitura de Terenos, não ter contato com outros acusados, não se ausentar por mais de oito dias de casa sem autorização judicial e manter endereço atualizado.

Caso descumpra alguma medida, a prisão pode ser decretada novamente.

Apesar de o MPMS (Ministério Público de MS) apontar que o ex-secretário continuou influente na prefeitura mesmo após sua exoneração, o magistrado não determinou o uso de tornozeleira eletrônica.

“Quanto à questão de influência de Isaac Cardoso Bisneto perante a Secretaria de Obras mesmo após sua exoneração, o que foi apontado em decisões anteriores de forma justificada, entendo, neste momento, que devem ser oportunizadas ao réu as medidas diversas da prisão consistentes em afastamento da Prefeitura local, bem como do Secretariado e dos demais acusados”, diz trecho da decisão.

Investigação do MPMS revelou esquema de corrupção na gestão do PSDB em Terenos (Nathália Alcântara, Jornal Midiamax)

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‘Farra das empresas convidadas’ em gestão do PSDB na prefeitura de Terenos

Conforme o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), quatro empreiteiras se revezavam para vencer licitações, repassavam dinheiro umas às outras e até mesmo faziam empréstimos para os ‘parceiros’ darem conta de tocar obras as quais venceram licitação e, supostamente, teriam condições de executar.

Para isso, os quatro empreiteiros criaram uma espécie de ‘irmandade’ em que eles se ajudavam e repartiam os ‘lucros’ obtidos com os contratos fraudulentos. “Uma parceria na qual prestam suporte mútuo por meio da utilização de suas empresas”, pontuam os promotores de Justiça Eduardo de Araújo Portes Guedes e Bianka Machado Arruda Mendes.

Vale ressaltar que as investigações concluíram que as empresas foram abertas sem que tivessem condições de executar obras complexas. Até um atestado de capacidade técnica – documento exigido em licitações – foi fornecido de um empreiteiro investigado para outro.

Documento da ‘parceria’ tem divisão de tarefas e obrigações de empreiteiros (Reprodução)

Assim, em interceptações telemáticas, os investigadores destacam um achado importante no aparelho celular de Cleberson José Chavoni Silva, proprietário da empreiteira Bonanza Comércio e Serviços Eireli. “Importante destacar o nome do arquivo contendo a expressão ‘Caixa Geral Parceria’”.

Diálogos interceptados pela investigação revelam a proximidade de Cleberson com Sandro José Bortoloto (Angico Construtora e Prestadora de Serviços Ltda) era tão próxima que os dois compartilhavam até planilha de pagamentos. O documento obtido pelos investigadores mostra gastos das duas empreiteiras em uma mesma planilha, como ‘abastecimento’ e ‘compra de cimento’ com o nome de quem fez o pagamento.

São investigados os empreiteiros: Sandro José Bortoloto (Angico), Genilton da Silva Moreira (Genilton Moreira), Sansão Inácio (Sansão Inácio Rezende Eireli), Hander Luiz Corrêa Grote Chaves (HG empreiteiro) e Cleberson José Chavoni Silva (Bonanza). Tiago se enquadra tanto como servidor quanto como empreiteiro nas investigações, por também ter se favorecido de sua empresa, a D’Aço Construção e Logística.

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