Ainda nesta segunda-feira (5), antes da viagem para a Rússia e China, marcada para terça, o presidente Lula deve mexer em seu primeiro escalão de governo. Ele deve substituir Cida Gonçalves, que mora há décadas em Campo Grande e integra a sigla petista, e por no lugar dela Márcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social durante o segundo mandato de Lula, em 2010.
A informação foi noticiada em extensa reportagem do jornal Correio Braziliense, edição deste domingo (4).O Midiamax tentou conversar com Cida na tarde deste domingo, por telefone, mas não conseguiu até a publicação deste material. A ideia era confirmar, ou não, a intenção do mandatário. A atual ministra atuou no ex-governador Zeca do PT (1999-2007).
A troca de Cida por Márcia é considerada certa nos bastidores do governo, segundo noticiou o jornal Correio Braziliense. O motivo seria, sobretudo, denúncias anônimas de assédio moral dentro da pasta, feitas por meio do canal Resolveu, da Controladoria-Geral da União (CGU). Nada consta até agora contra Cida.
A ministra em questão também se envolveu em outras polêmicas, como a confirmação, feita à Comissão de Ética da Presidência da República, em fevereiro deste ano, de que costumava interromper a agenda oficial para atender à primeira-dama Janja, de quem é muito próxima.
A ministra, sustenta o jornal, ainda admitiu que, frequentemente, ignorava solicitações do então ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Costa Macêdo.
Na sexta-feira, anteontem (2) Cida reuniu-se com Lula, ocasião em que, de acordo com os bastidores, foi comunicada oficialmente sobre a demissão. Ao jornal Correio, a assessoria da ministra negou o teor da conversa, informando que tratava-se apenas de “uma reunião sobre temas relacionados à pasta”. Ainda assim, fontes relataram que ela deixou a audiência visivelmente entristecida.
Márcia Lopes deve desembarcar em Brasília amanhã, segunda-feira, cita o jornal. Isso porque estaria prevista uma nova reunião com o presidente e, na sequência, a assinatura do termo de posse no ministério. A data da publicação oficial da exoneração de Cida e da nomeação da nova chefe da pasta ainda não foi confirmada.
5ª mudança
A possível substituição é mais um passo no processo de reformulação do primeiro escalão do governo, iniciado no início do ano. Caso ocorra, a saída de Cida Gonçalves será a quinta troca ministerial promovida por Lula, em 2025.
A mudança pode ocorrer em um momento de crescente pressão sobre o governo, após uma série de episódios que exigiram o reposicionamento de integrantes da equipe ministerial. Na sexta-feira, Carlos Lupi pediu exoneração do Ministério da Previdência por causa do desgaste provocado pelas descobertas da Operação Sem Desconto, que expôs um esquema bilionário de descontos ilegais em benefícios pagos pelo INSS.
Desde janeiro, o governo tem promovido uma série de substituições estratégicas. A primeira ocorreu na Secretaria de Comunicação Social, com a saída de Paulo Pimenta e a entrada de Sidônio Palmeira. Em seguida, Nísia Trindade deixou o Ministério da Saúde, substituída por Alexandre Padilha. A troca abriu caminho para a colocação de Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais.
Em abril, foi a vez de Juscelino Filho deixou o Ministério das Comunicações, depois de ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostos desvios relacionados a emendas parlamentares. Para o lugar, foi nomeado Frederico de Siqueira Filho, aliado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
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