Auditores fiscais usam inflação para manter aumento de R$ 35 mil para R$ 41 mil no salário
Categoria tem salário vinculado ao valor recebido pela prefeita e briga na Justiça para manter reajuste
Gabriel Maymone –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
![prefeitura campo grande](https://cdn.midiamax.com.br/wp-content/uploads/2025/01/prefeitura_campo_grande_nathalia_alcantara.jpg)
Para manter aumento salarial de R$ 35.462,22 para R$ 41.845,48, auditores fiscais de Campo Grande alegaram sofrer perdas de renda por causa da inflação. A categoria se manifestou em processo movido pela prefeita Adriane Lopes (PP), que pede a anulação do aumento do próprio salário e gera efeito cascata na remuneração de 446 servidores, entre eles, dos auditores.
A prefeita Adriane Lopes afirmou que não concorda com o aumento e ingressou com ação na Justiça para anular a lei promulgada pelos vereadores que prevê o reajuste.
Através do Sindafir-CG (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Municipal de CG), a categoria se manifestou no processo, alegando que sofre com redução do poder de compra, já que teve salário ‘congelado’ por alguns anos.
Assim, a categoria apontou que “a inflação no período – desde 01/02/2013 até 31/12/2024 – foi de 95,4212%, de modo que a remuneração deveria ser de no mínimo R$ 41.550,14, configurando a perda remuneratória dos filiados do Requerente em dito lapso temporal de 95,4212%”.
Para efeito de comparação, o Sindafir comparou que os ganhos do salário mínimo dos últimos 12 anos foi de 144,05%, que subiu de R$ 622 para R$ 1.518.
O caso será apreciado pelo relator, desembargador Odemilson Roberto Castro Fassa, que irá analisar se concede liminar anulando o reajuste.
Leia também – Prefeita se diz contrária a reajuste e vai recorrer contra aumento salarial para R$ 41,8 mil
Câmara diz que aumento de salário de Adriane está previsto no orçamento e insiste em manter reajuste
À Justiça, a Câmara Municipal de Campo Grande alegou que o município de Campo Grande fez os cálculos do impacto financeiro no orçamento que o aumento no salário da prefeita Adriane Lopes (PP) e outros 446 servidores que ‘pegam carona’ no reajuste.
Conforme documentos anexados no processo, a Câmara afirma que a prefeitura fez os cálculos do reajuste, estimando que o custo real sobre a folha de pagamento seria de R$ 3.246.357,57. Por outro lado, um dos argumentos da prefeita é a de que a lei é inconstitucional, uma vez que não estaria baseada em estudo de impacto financeiro, que deveria ter sido elaborado antes da apresentação do projeto.
Ainda, o Legislativo questiona a demora da prefeita em entrar com a ação, quase dois anos após a lei ser promulgada.
No fim de janeiro, o magistrado havia negado liminar para suspender a lei. “Notadamente porque a lei impugnada, nos termos do seu art. 5º, somente produzirá efeitos financeiros a partir de 1º de fevereiro de 2025”.
Vale ressaltar que outra ação com o mesmo pedido havia sido ingressada pelo MP após a promulgação da lei. No entanto, o processo está suspenso, já que a Justiça estadual precisa aguardar o julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o assunto, o que ainda não aconteceu.
✅ Clique aqui para seguir o Jornal Midiamax no Instagram
Prefeita questiona Lei aprovada pela Câmara
Na Justiça, Adriane Lopes questiona a Lei nº 7.006/2023, que aumenta o salário da prefeita dos atuais R$ 21.263,62 para R$ 41.845,62.
Na petição inicial, Adriane lembra que “o projeto de lei que fixou os subsídios é de competência exclusiva da Câmara Municipal de Campo Grande”. Contudo, apontou falhas no processo de apresentação do projeto de lei aprovado que originou a lei de reajuste salarial.
“Apesar de aparentemente normal o ato normativo ora impugnado, referida lei está eivada de inconstitucionalidade por vício formal, por violação ao art. 113 do ADCT da Constituição Federal”. Ou seja, defende que “a despesa criada através da lei impugnada não foi precedida do correto estudo de impacto orçamentário e financeiro”.
A prefeita afirmou que o estudo “deveria ter sido elaborado antes mesmo da apresentação do projeto de lei, a fim de embasar a viabilidade econômica”. “Projeto de Lei n. 10.879/2023, o mesmo não traz qualquer informação da estimativa do impacto orçamentário-financeiro do aumento dos subsídios sobre o exercício de 2025, considerando a sua vigência a partir de 01 deste corrente ano, e muito menos dos dois anos subsequentes”, disse.
Reajuste aprovado na Câmara
O reajuste, marcado por polêmicas, foi aprovado na Câmara de Vereadores por meio da Lei nº 7.006/2023 e entrará em vigor a partir de fevereiro deste ano.
Em nota encaminhada ao Jornal Midiamax em 6 de janeiro, a prefeitura afirma que a iniciativa do aumento do salário foi “conduzida exclusivamente pelo Poder Legislativo, sem qualquer participação do Executivo Municipal”.
Em 2023, a prefeita chegou a entrar na Justiça e defendeu que o aumento fosse concedido apenas aos servidores cujas remunerações estão vinculadas ao teto definido pelo subsídio do prefeito e estão defasadas há mais de 10 anos, mas a Câmara de Vereadores recorreu.
De acordo com a Lei nº 7.006/2023, o salário da prefeita passa dos atuais R$ 21.263,62 para R$ 41.845,62. Já a remuneração da vice-prefeita Dra. Camila Nascimento (Avante) sairia de R$ 15.947,00 para R$ 37.658,61.
Os titulares das pastas do primeiro escalão, como secretários e chefes de autarquias, também receberão aumento a partir de fevereiro, saltando dos atuais R$ 11.619,70 para R$ 35.657,50.
💬 Receba notícias antes de todo mundo
Seja o primeiro a saber de tudo o que acontece nas cidades de Mato Grosso do Sul. São notícias em tempo real com informações detalhadas dos casos policiais, tempo em MS, trânsito, vagas de emprego e concursos, direitos do consumidor. Além disso, você fica por dentro das últimas novidades sobre política, transparência e escândalos.
📢 Participe da nossa comunidade no WhatsApp e acompanhe a cobertura jornalística mais completa e mais rápida de Mato Grosso do Sul.
Notícias mais lidas agora
- Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS
- Briga de crianças em jogo de futebol acaba com PF agredindo menino de 12 anos em Campo Grande
- Agiota atirou na nuca de motorista de aplicativo ao tentar cobrar outra pessoa em Campo Grande
- Classificada com alto risco, moradores temem rompimento de barragem no Parque Atlântico
Últimas Notícias
Polícia Civil deflagra operação contra suspeitos por atentado contra ex-prefeita de Jardim
Uma semana antes das eleições, Clediane Areco Matzenbacker (PP) teve a casa alvejada por tiros
Usada para mineração, área de 100 mil metros quadrados recebe ação de recuperação com plantas nativas
A área corresponde a cerca de 10 campos de futebol e recebeu o plantio de espécies nativas
Está sem 5G? Clientes da Claro relatam instabilidade na internet móvel em Campo Grande
Os relatos persistem há alguns dias em Campo Grande,
Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica
Tatuador alega que teve a casa invadida pela ex e que não houve agressão
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.