Preso pela segunda vez, Claudinho Serra (PSDB) encontra mais dificuldade para conseguir a liberdade dessa vez. Enquanto no ano passado o político — e pecuarista como se autointitula — obteve liminar para deixar a prisão concedida ainda no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), dessa vez a história foi diferente.
Nesta terça-feira (8), a 2ª Câmara Criminal negou, por unanimidade, habeas corpus para livrar Serra da prisão. Inclusive do desembargador José Ale Ahmad Netto, o mesmo que havia concedido medidas cautelares diversas à prisão na primeira vez.
Assim, o advogado que representa o ex-vereador, Tiago Bunning, afirmou que a próxima medida cabível é recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). No entanto, disse que é necessário aguardar a publicação da decisão.
Outra diferença é o tempo atrás das grades. No ano passado, Claudinho ficou 23 dias preso. Este ano, já completou mais de um mês no presídio.
Ele, seu assessor, Carmo Name Júnior, e o empreiteiro Cleiton Nonato Correia (GC Obras) foram presos no dia 5 de junho, após o Gaeco deflagrar a 4ª fase da Operação Tromper. Nesta nova etapa das investigações, eles e outras 11 pessoas já se tornaram réus por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Recentemente, presos em operações contra corrupção em Mato Grosso do Sul acabam recorrendo ao STJ após esgotar recursos na Justiça Estadual.
É o caso, por exemplo, de filho do prefeito de Rochedo, Fernando Fernandes, empresários e servidores, presos na Operação Malebolge, que só conseguiram deixar a prisão após recurso na Corte Superior.
Relembre as prisões de Claudinho:
Além disso, as equipes também cumpriram 29 mandados de busca e apreensão contra dois servidores da Prefeitura de Sidrolândia, ex-secretários e ex-funcionários da gestão da ex-prefeita Vanda Camilo, a esposa de Claudinho e filha de Vanda, Mariana Camilo de Almeida Serra, entre outros.
Ainda cabe recurso da decisão. Porém, o juiz que determinou as prisões, Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, irá reavaliar a necessidade de manter os réus presos em 90 dias, ou seja, início de setembro.
À reportagem, o advogado Tiago Bunning, que representa Claudinho Serra, disse que irá “aguardar a publicação da decisão para saber quais serão os próximos passos”.

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Operação Tromper
Com as primeiras fases, a investigação identificou a organização criminosa voltada para fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura de Sidrolândia.
O MPMS aponta na denúncia que o grupo criminoso agia para fraudar e direcionar licitações em Sidrolândia, favorecendo-se.
Com isso, desviava valores desses contratos para os investigados. Claudinho, então secretário de Fazenda do município, seria mentor e teria cooptado outros servidores. Assim, o ex-vereador e outros dois alvos de mandados de prisão foram presos.
A 4ª fase da operação mirou mais de 20 pessoas ligadas à administração pública. A ação da 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia, do Gecoc e do Gaeco cumpriu três mandados de prisão e 29 de busca e apreensão.
Aliás, a nova investida das autoridades contra o esquema de corrupção chefiado por Serra atingiu diretamente o núcleo familiar do político. O pai, Cláudio Jordão de Almeida Serra, e a esposa, Mariana Camilo de Almeida Serra — filha da ex-prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo —, foram indiciados.
Veja abaixo todos os réus na 4ª fase da Tromper:
- Claudio Jordão de Almeida Serra Filho (preso) – apontado como o chefe do esquema;
- Claudio Jordão de Almeida Serra – pai de Claudinho;
- Mariana Camilo de Almeida Serra – esposa de Claudinho;
- Carmo Name Júnior (preso) – assessor de Claudinho;
- Jhorrara Souza dos Santos Name – esposa de Carmo Name;
- Cleiton Nonato Correia (preso) – empreiteiro, dono da GC Obras;
- Thiago Rodrigues Alves – intermediário de propinas entre as empreiteiras GC/AR e grupo de Claudinho;
- Jéssica Barbosa Lemes – esposa de Thiago;
- Valdemir Santos Monção (Nanau) – ex-assessor parlamentar;
- Sandra Rui Jacques – empresária e esposa de Nanau;
- Edmilson Rosa – Empresário;
- Ueverton da Sila Macedo (Frescura) – empresário;
- Juliana Paula da Silva – esposa de Ueverton;
- Rafael de Paula da Silva – cunhado de Ueverton.
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