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Transparência

Alvo de nova operação, elo de esquemas de corrupção foi chefe de licitação do governo Reinaldo

Marcus Vinícius Rossentini é investigado pelo Gaeco e pela PF por vários esquemas de corrupção, inclusive no HRMS
Fábio Oruê, Gabriel Maymone -
sad operação
Marcus Vinícius atuou na gestão de Azambuja em 2017 e 2018. (David Majella, Arquivo, SAD)

Elo de vários esquemas de em Mato Grosso do Sul, Marcus Vinícius Rossettini de Andrade Costa foi chefe de licitações durante a gestão do ex-governador Reinaldo Azambuja — líder do PSDB no Estado.

Na semana passada, Marcus constou na relação de mais uma investigação. Endereços ligados a ele foram alvos de busca e apreensão pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), durante a 4ª fase da Operação Tromper, que revelou esquema de desvios milionários chefiados por Claudinho Serra, tratado como pupilo dentro do PSDB.

Antes de assumir o posto de secretário, Marcus já atuava como coordenador de licitações. No entanto, em 23 de março de 2017, o então governador Reinaldo Azambuja publicou a nomeação de Marcus como secretário especial.

A atuação de Marcus na coordenadoria ocorreu na mesma época em que Édio Antônio Resende de Castro estava como adjunto da SED (Secretaria de Estado de Educação), que, por sua vez, também foi alvo de duas operações (Vox Veritatis, da PF, e Turn Off, do Gaeco), as quais revelaram esquemas de fraudes em licitações na gestão Reinaldo.

Aliás, a servidora Andréa Cristina Souza Lima, que fazia licitações na SED e foi implicada pela PF (Polícia Federal) por receber propina de até R$ 50 mil de empresários, também foi nomeada pelo ex-governador. O Jornal Midiamax mostrou como a professora convocada, que ganhava R$ 3.533,40, passou a ganhar R$ 11.739,20 com Reinaldo.

LEIA MAIS – Ex-secretário-adjunto da SED é alvo de operação da PF contra fraude em contratos da Educação de MS

Alvo de diversas operações contra corrupção nos últimos anos, Marcus também enfrenta denúncia por corrupção por fraude em licitações do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) na época do então governador, Reinaldo Azambuja (PSDB).

Denunciado por fraude em licitações no HRMS

Em 2019, Marcus Vinicius foi denunciado pela suspeita na contratação de empresas de limpeza para o HR, após denúncias do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). A fraude envolvia empresas que participaram de licitações do Estado, mas com lotes fracassados.

Assim, as fornecedoras apresentaram recursos administrativos visando à classificação para os lotes fracassados. As apelações aconteciam fora do prazo previsto no edital e nas leis de licitações, estadual e federal, vigentes na época.

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Apesar disso, a assessoria jurídica opinava pelo provimento dos recursos, sob a justificativa de que a manutenção dos lotes como fracassados deixaria a administração estadual desabastecida de materiais de limpeza.

Leia também – Ex-chefe de licitações de Sidrolândia investigado por corrupção no HRMS tem liberdade negada

Canetada

Como secretário especial e superintendente de Gestão de Compras e Materiais, Marcus Vinícius acolhia o parecer e acatava os recursos no mesmo dia da emissão do parecer. O modus operandi se repetiu em algumas ocasiões.

As empresas Max Limp Produtos para Limpeza Ltda e Mega Comércio de Produtos Hospitalares Eireli, alvos da Operação Clean, de 2021, só venceram a licitação investigada depois que a SAD (Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização) atropelou leis e acatou recursos administrativos das duas.

Admitido em junho de 2017, Rossettini de Andrade deixaria o comando da Sucomp em dezembro do ano seguinte. Mesmo com o histórico de investigações, em julho de 2021, a então prefeita de , Vanda Camilo, nomeou Marcus Vinícius.

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Além disso, Marcus também já teria respondido por suspeitas de fraudes em licitações enquanto servidor público em , entre 2009 e 2010.

À reportagem, a defesa de Marcus, representada pelo Igor Morais Paulino de Souza, afirmou que “Marcus Vinícius é parte por ocupar, na época, o cargo de superintendente de licitação. Esse processo está em fase de instrução, não havendo nada nele que relacione Marcus a qualquer ato ilegal ou irregular”.

LEIA MAIS – Empresa contratada pelo HRMS é investigada por suposto desvio de R$ 6,3 milhões

Preso na Operação Tromper

claudinho serra
Claudinho Serra saiu do prédio em viatura descaracterizada. (Helder Carvalho e Arquivo, Jornal Midiamax)

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Dentro da administração de Sidrolândia, Rossettini foi preso na terceira fase da Tromper, em abril de 2024. Esta operação também prendeu o ex-vereador Claudinho Serra, apontado como o líder do esquema criminoso na gestão da sogra, Vanda Camilo.

A prisão no bojo da Tromper rendeu a Marcus a exoneração logo após a operação. Com as primeiras fases, a investigação identificou a organização criminosa voltada para fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura de Sidrolândia.

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aponta na denúncia que o grupo criminoso agia para fraudar e direcionar licitações em Sidrolândia, favorecendo-se. Com isso, desviava valores desses contratos para os investigados. Claudinho, então secretário de Fazenda do município, seria mentor e teria cooptado outros servidores.

Agora, Marcus também foi implicado na 4ª fase, como alvo de busca e apreensão pelos agentes do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na última quinta-feira (5).

O MP identificou que a organização continuou atuando mesmo após as operações. Assim, Claudinho e outros dois alvos de mandados de prisão foram presos na semana passada.

Sobre a 4ª fase da Tromper, o advogado confirmou que Marcus foi alvo de busca e apreensão, mas informou que não teve acesso ao processo e, por isso, ainda não seria possível apresentar manifestação sobre a ação do Gaeco.

Em relação às investigações das fases anteriores da Tromper, Igor diz que Marcus responde em liberdade provisória, com tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno. Por fim, disse que há julgamento no marcado para o próximo dia 11, em que será avaliado pedido da defesa para revogar as medidas cautelares “em razão do comportamento colaborativo e da inexistência de risco ao processo”.

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